101 anos de história: Academia Petropolitana de Letras promove ações voltadas para a literatura em Petrópolis

19/11/2023 11:53
Por Maria Julia Souza

Com 101 anos de fundação, a Academia Petropolitana de Letras (APL) é considerada uma das mais antigas do Brasil, sendo fundada em 1922, ano em que se iniciou o Modernismo no país e a um mês das comemorações do centenário da Independência do Brasil. Sua principal função na cidade é promover a literatura petropolitana, divulgando os trabalhos locais, organizando eventos, como tarde de autógrafos, debates com os autores e coquetéis de recepção.

“Uma coisa que eu gosto de deixar bem claro, é que a Academia é uma instituição privada, mas ela é de interesse e de domínio público. As pessoas pensam que só pode frequentar a academia quem é acadêmico, ou seja, quem é membro, mas não é assim. Claro, em uma situação de reunião de diretoria, eleição de novos membros, isso é algo restrito aos membros acadêmicos, mas as atividades da academia, todas são públicas”, disse Leandro Garcia, presidente da Academia Petropolitana de Letras.

Leandro Garcia, presidente da APL.
Foto: Maria Julia Souza

Leandro conta que, inicialmente, a APL se chamava Associação Petropolitana de Ciências e Letras, sendo alterado para o nome atual, em 1929.

“Eu costumo dizer que a Academia ela é fundada no contexto do Modernismo Brasileiro, porque ele começa em fevereiro de 1922 e a nossa instituição é fundada em agosto daquele ano. Era muito comum naquela época a fundação de academias. Foi uma época na história cultural do Brasil, que foi marcada pela criação dessas instituições, e Petrópolis não tinha, até então, uma Academia Literária”, explica.

Principais atividades

Leandro explica que as principais atividades realizadas pela APL são as ligadas à literatura petropolitana, como lançamentos de livros, seminários, congressos, palestras, participação em eventos culturais na cidade e fora do município, representando Petrópolis.

Foto: Arquivo Pessoal

“A função dela [APL] é promover a literatura petropolitana, no sentido de divulgar. Por exemplo, nós temos um trabalho muito grande de lançamentos de livros, e a maioria são de autores que não são acadêmicos, não são membros titulares da academia, mas são autores da cidade que procuram a gente para fazer um belo dia de lançamento. Então assim, a nossa função é fomentar esse conceito de literatura petropolitana, produzida por membros e também por outras pessoas que não são membros acadêmicos, mas que nos procuram para fazer o evento lá na nossa sede, na Casa Cláudio de Souza”, explicou.

Publicações

Leandro conta ainda que além dos eventos, a Academia também atua através de publicações, como revistas, textos, livros de romance e poesia, entre outros materiais. Dentre as publicações recentes, está a revista anual da APL.

“Quando nós completamos 100 anos, nós começamos a fazer a reunião de todas essas revistas e uma publicação conjunta de todas elas, até para fazer um resgate histórico dos primeiros volumes, porque eles estão em bibliotecas e as pessoas não têm acesso. Então, agora a gente tem acesso a todos os volumes, desde a primeira edição”, contou.

Todo o material publicado pela APL está disponível no site da academia, no formato PDF. “Tudo que nós publicamos impresso, a gente também deixa online, porque tem gente que tem mais afinidade com o virtual e outros preferem o impresso, então a gente tenta sempre fazer as duas coisas para poder atingir os dois públicos”, explica Leandro.

Composição

Ao todo, a APL é composta por 40 membros efetivos, seguindo o mesmo modelo da Academia Francesa, com as vagas sendo ocupadas através da chamada vacância.

“Elas são ocupadas a partir daquilo que nós chamamos de vacância, que é quando um membro falece, ou as vezes por motivos de saúde pede desligamento, o que é um pouco mais raro. Em geral, as pessoas ficam até o seu falecimento”, explica Leandro.

Foto: Arquivo Pessoal

A escolha de um novo membro é feita através de votação, após serem abertas as inscrições para os interessados em compor a vaga. Todos podem participar das inscrições, no entanto, para se inscrever é necessário ter, pelo menos, um livro publicado. Após a eleição, o escolhido tem seis meses para tomar posse e, após isso, se torna um membro acadêmico.

APL na Universidade

Durante o ano, foram realizados dois seminários importantes dentro do projeto “APL na Universidade”, com o objetivo de discutir a ligação da literatura com uma outra área do conhecimento, sendo realizados nas universidades para atingir o público universitário. O primeiro ‘Literatura e Direito’, foi realizado na Universidade Católica de Petrópolis e o segundo ‘Literatura e Turismo’, aconteceu no Cefet/Petrópolis.

Para o próximo ano, já existem dois eventos agendados dentro do programa, o primeiro irá abordar ‘Literatura e Medicina’, na Unifase e o outro terá a temática de ‘Literatura e Jornalismo’, na Universidade Estácio de Sá.

Projetos futuros

Leandro conta que além dos seminários agendados para o ano que vem, já existe um projeto em andamento, que será voltado para alunos do ensino médio, e que foi realizado no ano passado, no formato piloto.

“A Academia já tem o chamado ‘Prêmio APL’, de mais de 30 anos, que faz a premiação de diversas categorias ligadas ao ponto de vista cultural. Agora, nós queremos instituir um prêmio, apenas com alunos de escolas do ensino médio, então a gente quer lançar no ano que vem, um prêmio literário, que vai entrar no calendário da academia e da cidade, como um prêmio literário voltado para escolas”, finalizou.

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