15 de fevereiro: dois anos depois e não há obras de prevenção
Às vésperas do segundo aniversário da maior tragédia das chuvas, a de 2022, em que perdemos 242 vidas, a prefeitura atualizou o montante de obras de reconstrução: segundo o governo Bomtempo são 115. Mas, aí é que está o problema: são de reconstrução. Numa cidade como a nossa, com características climáticas combinadas com ocupação desordenada, a gente não consegue colocar em prática obras de prevenção. Tá certo que precisa recuperar o destruído, mas a prevenção tem que se dar a par e passo. E não há movimentação da prefeitura neste período que tenha nos garantido um dinheiro federal para obras de maior porte e que garantam a segurança.
É preciso ‘ler’ esses números
E desse número de 115 obras que a gestão Bomtempo divulga, a gente precisa observar que de contenção de encostas, no total de 16, em imóveis do município onde funcionam atendimento público, foram quatro: o abrigão do Alto da Serra, a UPA Centro, o Centro de Saúde e o Centro de Educação Infantil Professora Graça Costa, em Pedro do Rio. Ou seja, a prefeitura não fez prevenção nem no que é seu. Sem falar que ainda são 33 as contenções de margens dos rios, além de 30 contenções de ruas. Noves fora, contenção de encostas mesmo, são 12. Mas nenhuma preventiva, todas estão sendo feitas porque caíram em 2022.
Não era nem pra estar na lista
Nos causa uma vergonha alheia a prefeitura incluir nesta lista de obras coisas como a reforma da águia da Praça, o terceiro andar do Centro de Cultura Raul de Leoni, 26 apartamentos do conjunto da Posse pendentes desde 2011, a guaribada do Pronto Socorro do Alto da Serra, que não custou R$ 115 mil e até mesmo a reforminha de meia dúzia de salas na Secretaria de Fazenda que fica no Palácio Sérgio Fadel. Tá de brincadeira.
Chamada para o supercomputador
O nosso Laboratório Nacional de Computação Científica está com chamada aberta para submissão de novos projetos para uso dos supercomputadores da rede SINAPAD. O prazo para apresentação das propostas de uso é até o dia 29 de novembro de 2024. Além do supercomputador Santos Dumont, instalado no LNCC, as propostas podem propor também o uso dos supercomputadores Lobo Carneiro – LoboC, instalado na COPPE/UFRJ, e Lovelace, instalado no CENAPAD-SP/Unicamp.
Nem aí
Interessante que a CPTrans tenha assumido a gestão da rodoviária do Bingen sem se preocupar em antes melhorar os terminais urbanos. No Centro, as tevês do terminal nunca mais funcionaram. Nem para passar propaganda institucional do governo.
Repasses polpudos
Falando nisso, este ano a gestão Bomtempo, até o momento, já garantiu o repasse de R$ 11,5 milhões para a CPTrans, dinheiro que a gente não vê na prática sendo usado na gestão do trânsito e transporte na cidade. E não para por aí: até o final do ano o repasse será maior. Ano passado foram mais de R$ 21 milhões.
Contagem
E Petrópolis está há 281 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Rodízio
A Concer tá combinando assim: segunda, quarta e sexta, vão os políticos de direita e, na terça, quinta e sábado, os de esquerda. Domingo é folga. Esse rodízio é para gravar vídeos falando mal da concessionária, coisa que acontece a cada quatro anos, assunto que é pauta de campanha.
Conselho do Patrimônio
E foi instituído no início do ano o Conselho Municipal de Patrimônio Natural e Cultural (COMPNAC), com 18 membros efetivos e respectivos suplentes Foi aberto prazo para inscrição de membros com eleição marcada para o dia 1° de março, às 18h, na Casa dos Conselhos. Se quiser participar, a sociedade civil deve ficar atenta: há seis cadeiras reservadas, além de vagas para representantes de entidades como o Instituto Histórico e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo. Senão o organismo fica gerido apenas pela prefeitura que tem oito assentos.
Camarote do governador
E depois da repercussão dos R$ 3 milhões que o governador Cláudio Castro iria usar – em verbas da Funarte – para decorar e abastecer o camarote na Sapucaí, foi anunciado que o desvio de recursos foi suspenso. Ué? Mas o camarote tava decorado e abastecido de comes e bebes. A verba pode não ter sido da Funarte, mas de onde veio?
Interior esquecido
Falando nisso, bem criticado o governo Cláudio Castro nas ações da gestão no Carnaval concentradas apenas na capital. Ações dos órgãos de Segurança Pública e as campanhas educativas das secretarias de estado foram enfatizadas no Rio e poucas cidades receberam a mesma atenção. Igual para as verbas: dos R$ 62 milhões destinados ao Carnaval, apenas R$ 6 foram para blocos e desfiles do interior do Estado.
Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br