45 mulheres foram vítimas de estupro neste ano em Petrópolis

 

26/07/2022 12:27
Por João Vitor Brum

O assassinato brutal de Bianca de Siqueira Batista Lima, que completaria 12 anos no mesmo dia em que seu corpo foi encontrado e um dia depois de desaparecer, em Paraíba do Sul, deixou os moradores de toda a região em completo choque. O caso também acendeu, mais uma vez, o alerta para os crimes contra as mulheres, após casos impactantes a nível nacional. Em Petrópolis, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) 45 mulheres foram vítimas de estupro. 

Nos últimos três anos, 362 casos de estupro foram registrados nas duas delegacias da cidade, na 105ª DP (Retiro) e 106ª DP (Itaipava). Nos doze meses de 2021, foram 97 registros e somente nos seis primeiros meses deste ano, 45. 

Mais de 750 casos de violência contra a mulher foram denunciados em Petrópolis neste ano

Além dos casos de estupro, 754 mulheres foram atendidas no Centro de Referência em Atendimento à Mulher (Cram) entre janeiro e junho deste ano, uma média de 125 por mês. O órgão atende mulheres vítimas de violência física, sexual, psicológica e patrimonial, com assistência social, jurídica e psicológica. 

Além disso, no ano passado, 61,5% dos casos de lesão corporal registrados na cidade tiveram como vítimas mulheres, também segundo dados do ISP, o que representa 638 mulheres vítimas de agressão física em 2021, apenas em Petrópolis. Isso, claro, considerando casos que foram devidamente denunciados e registrados.

“Essa é uma estatística que só cresce. Durante a pandemia, houve um grande aumento de casos se compararmos ao mesmo período em anos anteriores, sendo que muitos casos sequer foram registrados na delegacia, pois muitas mulheres acabam não procurando ajuda, por vergonha ou medo”, disse a vereadora Gilda Beatriz, presidente da Comissão de Defesa da Mulher da Câmara Municipal.

Câmara promove audiência sobre violência contra a mulher

Considerando os números que seguem crescendo, além dos casos recentes que ganharam grande repercussão (como o da pequena Bianca, do anestesista que estuprava pacientes, da mulher que foi vítima de tentativa de feminicídio em uma loja do Centro, da jovem agredida por um fiscal no Terminal de Itaipava, entre outros), uma audiência pública foi convocada para debater o assunto e acontece nesta terça-feira (26), a partir das 19h, no plenário da Casa Legislativa, aberta ao público.

“A proposta da audiência é criar, ampliar, dar voz e garantir políticas públicas voltadas para as mulheres, sempre assegurando segurança, justiça, saúde e acesso ao mercado de trabalho. Sou presidente da Comissão de Defesa da Mulher e única vereadora mulher na Câmara, e como tal é minha obrigação trazer esse assunto para a discussão”, explicou Gilda. 

Além dos vereadores, estão convidados para a audiência pública representantes do Poder Executivo; a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (COMDIM), Ângela Alcântara; a coordenadora do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM), Thaís Justen Gomes; e a presidente da Comissão OAB Mulher, Priscila Braga. Também foram convidados representantes do Ministério Público, das polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, das universidades instaladas na cidade, entre outros.

Últimas