A doce Glorinha

21/11/2017 12:45

Em março do ano passado usei esse espaço para escrever uma crônica sobre minha avó paterna, de nome Maria Romero, mas que desde mocinha era conhecida como Santinha, devido a sua extrema pureza e bondade. Pois bem, embora se afirme que não existe uma só pessoa no mundo igual à outra, para isso a ciência apresenta um estudo sobre o DNA. A semelhança comportamental que descobri entre minha já saudosa e querida colega e amiga Glorinha Rattes, com Santinha, minha avó, foi impressionante.

 E tal semelhança ficou evidenciada ao comentar sobre o fato com o escritor e consagrado poeta, amigo e colega acadêmico Sylvio Adalberto. Fiquei emocionado com o relato dele, a respeito do glorioso passado de minha já saudosa amiga. Duas pessoas distantes uma da outra, tanto no tempo, quanto geograficamente falando e, no entanto, tão parecidas, tão almas gêmeas. Esta parecença me levou a usar de um tratamento todo especial, como se Glorinha fosse uma extensão de minha querida avó. Uma das desvantagens que se tem por se viver muito, é que vamos perdendo certas referências.

 São parentes, amigos e pessoas conhecidas que se vão e nos deixam cada vez mais só nesse infindável universo. Para exemplificar o fato, é que escrevo, publico e remeto para 200 amigos, parentes e conhecidos, mensalmente, um jornal (Fanzine) e fico impressionado em constatar, nesse período, o número de leitores que já deixaram esse mundo. Perde Petrópolis uma querida filha; perde a Academia Brasileira de Poesia, uma notável poetisa. Sei que lamentavelmente, a morte é a única verdade verdadeira. Não existe outra versão para o trágico fato. Se nascer tem que morrer. Nada é eterno, a não ser o vazio que se instala em nós, quando perdemos um ente querido. 

Mas Glorinha Rattes, pessoa querida e iluminada, terá por certo e por justiça uma boa acolhida entre todos aqueles que dignificaram suas vidas e que partiram para a eternidade. Que Deus a tenha em seus braços, saudosa e querida amiga, que concluiu um de seus belos poemas, dizendo: “bendito quem tem carisma e enleia. / que envolve no mais puro amor; / como a força do sangue na veia, /mostrando ser um anjo do Senhor.

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