A dor de uma perda

22/01/2016 10:00

Não existe dor maior que a da perda ou afastamento de um ser querido e amado, ser este que se amoldou conosco em uma vida e que se afasta em corpo físico carnal. Para onde vai, como estará e até quando ficaremos afastados de uma convivência mais próxima? Todos perguntam isso, todos anseiam por respostas entre lágrimas e desconsolos. Não existem palavras que nos abrandem o sentimento de perda e saudade e, na maioria das vezes, não há resignação, quando nos toca a dura realidade.

Mas será isso uma injustiça divina? Será isso uma forma de castigo, de punição, ou será justamente o contrário, uma forma de crescermos, de ampliarmos nossa visão, de sentirmos mais apuradamente cada sentimento, de nos tocarmos mais, observando mais atentamente a vivência atual?

Sim, o sofrimento pela perda de um ente amado, estendido em uma urna fria e dura, nos constrange, não nos consola, não nos traz, momentaneamente, a compreensão que deveríamos ter.

Não, apelamos a Deus para nos levar junto ao ser querido, queremos que o tempo volte atrás e que as coisas que ficaram por dizer, possam ser pronunciadas e ouvidas, que carinhos escondidos possam ser vertidos em afagos múltiplos, que desculpas possam ser pedidas e que razões inúmeras nos tragam o ser de volta. Tudo isso pensamos e queremos, mas nos esquecemos de que a vida atual é representação necessária ao desenvolvimento do Espírito, vivência esta encoberta por véus, pois, na verdadeira vida, a espiritual, nos encontraremos outra vez, estando em maiores condições de dizer as palavras esquecidas, ofertar os beijos não dados e o carinho contido.

A dor fica, a separação é cruel, mas, quando existem a compreensão e o próprio conhecimento da continuidade do viver, a aceitação se acelera e encobre em parte todos esses momentos de tristezas e desconsolos, surgindo, então, a lembrança dos bons momentos, os inesquecíveis e atenuantes “duelos” de amor, de carinho e de recíproca compreensão. 

Deus não nos deixaria de dar o céu e nos lançaria ao inferno, pois a Sua magnitude é ampla, e irrestrita é a Sua bondade. Apenas o nosso entendimento é muito pequeno, para que compreendamos as tantas necessidades cármicas de cada alma, trazidas, muitas delas, a refazimentos e orquestrações, a cada retorno aos planos densos.

O céu ou o inferno nós mesmos criamos e neles vivemos em foro íntimo, dependendo de escolha própria, porém, através do amor, da fé e da própria vivência com a mensagem evangélica trazida por Jesus, num entendimento espiritual mais amplo, alcançaremos o universo ideal, para que a vida eterna se torne uma realidade vivenciada entre aqueles que amamos e com os quais tivemos os múltiplos relacionamentos, bastando, para isto, que o projetemos e o vivenciemos dentro de nós mesmos.

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