À espera da misericórdia – Parte I
Alternando nossos dias e noites entre expectativas de paz ou de lutas, nos encontramos também à mercê das mentes que arregimentam tanto o progresso como a destruição.
Limitados como somos ainda na materialidade mais densa e numa dilatação de nossa visão espiritual, alguns irmãos, que se encontram à frente dos testemunhos em provas e expiações, ressarcimentos e reeducação de si próprios e de uma sociedade, não visualizam as muitas consequências de atos e administrações. Enquanto isto, lamentamos as tantas outorgas, que se efetivam em direção à destruição e a um não entendimento entre almas.
Amigos, irmãos de lutas e de crescimento, as estranhas atitudes de irmãos ainda estão ligadas a origens pretéritas e à formação intelectual e espiritual de cada alma que, em se demonstrando em aspectos endurecidos ou mais maleáveis, traz as repercussões a criaturas e povos.
Lamentável a visão de distúrbios causados por má distribuição de rendas; lamentáveis as conturbações que se criam nas diversificações de segmentos religiosos; tristes os atos impostos sem uma maior largueza de compreensão, até mesmo diante de almas mais rudes e incultas; lamentáveis os sofrimentos que se originam em divergentes opiniões e partidarismos; lamentável a racionalização de opiniões, sentimentos e ânsias; lamentáveis as cenas que se reproduzem dia-a-dia, dilatando tormentos, torturas e distorções em fatos e posicionamentos.
Irmãos, a humanidade, hoje, pede pela Misericórdia do Pai, anseia por uma trégua nas guerras e lutas que se originam nos distúrbios psíquicos, que provam, mais uma vez, as origens cármicas diversas, os sintomas transmitidos em atitudes delituosas e afrontosas, distúrbios que exalam desamor, desapreço por seres humanos e seus sentimentos, atitudes que nos mostram, claramente, os resíduos e edemas de Espíritos provenientes de planos conturbados e obscuros.
Mas, perguntariam os irmãos: _ O que fazem esses Espíritos nesta esfera? Por que o Pai Misericordioso permite que assim se portem, causando tantas dores?
Amigos e almas irmãs, cada um de nós tem a liberdade de atos e pensamentos nesta esfera de provas e ressarcimentos, justamente por estarem estas almas e o campo vibracional da esfera em afinidades maiores, pois o complexo humano e espiritual, que a compõe, ainda não se exercita no verdadeiro amor, na fé que ilumina, na caridade que enaltece as almas.
Abrir nossos corações à Misericórdia Divina nos trará a luz das verdades, o entendimento para a aceitação de tudo que observamos no consequente adestramento nos diversos exercícios da paz, da compreensão e do amor, a estruturação pacífica a compor o nosso viver.
As discordantes situações mundiais, idealismos distorcidos, almas empreendendo lutas a quererem terras em litígios por séculos, criaturas a sofrerem ataques terroristas, mentes ensandecidas a ultrapassarem o respeito a irmãos, por tentando estabelecer governos despóticos em lugar de procurarem entendimentos mais amplos, nos fazem lembrar as palavras de Jesus, Que trouxe a misericórdia na luz do “amar ao próximo como a nós mesmos”, a que saibamos alicerçar sentimentos de mais consideração e respeito a todas as naturezas, pois somos todos irmãos na criação e nos contextos e estruturas, modificando-nos a cada vida.
A Misericórdia divina nos possibilita o retorno à vida carnal por quantas vezes necessitarmos, e nós, criaturas sempre em busca de angariamentos precisamos mudar o foco de nossa visão a estabelecer novos parâmetros de vida, no que tange às necessidades materiais, permitindo que desperte a sensibilidade de Espírito, a descortinar o verdadeiro sentido da vida, desta imensa possibilidade de aprendizado e crescimento, numa avaliação mais profunda do ideal Daquele que nos criou e mantém.