A fórmula do sucesso

Numa palestra sobre Motivação Pessoal dada para jovens estudantes em 2008, em Campos dos Goytacazes, um deles me perguntou como fazer para tomar a decisão certa em todos os momentos importantes da vida. Disse ainda que tinha certa dificuldade em tomar decisões porque quase sempre tomava a decisão errada. E isto o tornava bastante inseguro, pois, suas recentes experiências em momentos de decisão, só lhe traziam arrependimento e frustração. Ao invés de lhe trazer ensinamentos, só lhe traziam insegurança e revolta.

Concluiu dizendo que precisava de uma fórmula, que uma vez aplicada, lhe permitisse resultados positivos, ou seja, vitórias verdadeiras em todos os significados do termo. Achei bastante sincera sua colocação e, mais do que isso, notei que suas palavras denotavam algo muito maior do que decepção consigo mesmo. Era evidente que havia um certo desespero na sua ânsia de não mais cometer erro. Talvez por que, embora tão jovem, já havia errado demais. Na verdade qualquer pessoa que lançar um olhar crítico para o seu passado, vai encontrar derrotas e vitórias, e muitos encontrarão mais derrotas do que vitórias. Assim é a vida. O grande problema do ser humano é não buscar as razões que deram origem aos resultados obtidos em suas miríades de experiências. Porque foi uma experiência vitoriosa ou de derrota? Como e porque eu errei, porque não deu certo? O que determinou que eu tomasse a decisão certa ou errada? Observem que quando erramos há uma forte tendência em atribuir o malogro às circunstâncias ou a outras pessoas. Infelizmente, em todos os casos de fracasso os culpados somos nós mesmos. Na verdade sempre que erramos procuramos esquecer o erro e suas razões e partimos para outra. Esquecemos que os erros são os nossos melhores professores e que se os estudássemos e os registrássemos com marcas indeléveis no diário da vida, as chances de cometê-los novamente seriam bastante diminutas. Tudo aquilo que não deu certo, cujos resultados nos magoaram e ou nos prejudicaram, de uma forma ou de outra, precisa ser registrado e lembrado para que não venhamos a errar de novo. Tudo aquilo que deu certo também devemos registrar para que no futuro conheçamos melhor os motivos determinantes das vitórias alcançadas, o que nos facilita e nos orienta num percurso vitorioso no futuro. Não há uma pessoa sequer que não tenha vitórias, bem como derrotas na vida. A cada dia, a cada momento, colhemos resultados por nossas atitudes e ações, alguns positivos, outros negativos. O jovem, por exemplo, erra mais porque tem menos experiências. Já o adulto erra menos devido à experiência acumulada ao longo do tempo, confirmando-se assim que a vida é uma escola que tudo nos ensina. Nós é que não memorizamos os seus ensinamentos e, em consequência, somos condenados a cometer os mesmos erros do passado repetidamente. Tudo o que fazemos no transcurso de nossa existência tem origem numa decisão tomada. Até os fatos mais corriqueiros, tipo “tomo banho agora ou mais tarde?”, “estudo agora ou amanhã?”, “Faço o dever agora ou na quarta feira?” Enfim, todas estas pequenas decisões são importantes para disciplinar a vida. Podemos dizer que a vida de uma pessoa é constituída de milhares de decisões como estas, que são as opções que se nos apresentam a cada momento. A soma de todas as opções ou decisões tomadas constitui a vida no seu todo. Respondendo àquele jovem que queria uma fórmula disse-lhe que há uma chave que abre a porta das decisões certas: selecionar pensamentos. Esta é a chave do sucesso. Se aplicada do modo como exposta em seguida, não há a menor chance de não dar certo. Saiba antes de tudo que todos temos uma consciência. Para tudo o que você planejar fazer na vida e não souber como fazer ou mesmo se deve fazer, a sua consciência sabe a resposta e tem a melhor solução. Simplesmente, faça a você mesmo – a sua consciência a seguinte -pergunta: Devo ou não devo? Por exemplo, pergunte-se num sábado pela manhã se você deve ou não deve estudar para a prova de segunda feira. A tendência que todos temos é postergar todo esforço, deixar para depois, para outro dia: ”não, não devo estudar hoje, devo deixar para estudar bem cedo pela manhã, na segunda feira”. De onde veio esta resposta? Da consciência? Não. Veio da tendência que muitos de nós temos de postergar tudo que implica esforço, trabalho, sacrifício. “Não, hoje não, hoje é o dia do futebol com a turma do clube, depois eu estudo”. Atitudes como estas constituem decisões erradas, baseadas no prazer momentâneo, muito próprio dos jovens. Reaja, não aceite esta resposta, pois não é a resposta da sua consciência. No fundo você sabe que é a resposta errada, a sua consciência diz isso. Pergunte a si mesmo: “devo ou não devo?”.

Como saber qual é a resposta da consciência? Muito simples, ela será sempre a mais desagradável, incômoda, porém certa, adequada. A resposta agradável virá sempre da tendência de procurarmos sempre o prazer da hora, o prazer do presente. Fuja deles, fuja do engano, do mais fácil, pois a vitória estará sempre no caminho mais difícil, mais desagradável. Tudo o que é barato, tudo o que é fácil, geralmente não é bom.

Experimente esta técnica e você verá que ela dará certo sempre. Acrescente também à sua vida o hábito de escrever um diário, pois, a melhor maneira de conhecer-se a si mesmo é a auto-análise. Converse diariamente com o seu diário, que deve ser secreto. Anote tudo, avalie tudo, avalie os sucessos, os fracassos. Veja onde você errou e anote, escreva e se corrija. E peça desculpas quando errar. Mas, utilize o que chamamos de “a regra de ouro”: selecione os seus hábitos e jamais cometa o mesmo erro mais de uma vez. O homem de sucesso é aquele que não repete o erro, é aquele que só comete um determinado erro uma única vez. Atente bem para o que estamos dizendo. Tudo o que der certo deve ser aprimorado através do seu diário e se tornado um novo hábito. E lembre-se “quanto maior o esforço, tanto maior o sucesso”. Saiba que o sucesso e as vitórias são consequências de muito suor, muita determinação e muita renúncia.  A fórmula do sucesso está na obediência às respostas que a nossa consciência sempre dá a todas as nossas perguntas. Portanto, pense, analise, compare e registre tudo no seu diário, e, das conclusões tiradas crie novos hábitos.