Busca por Pedro Henrique continua; menino estava em um dos ônibus que afundou no Rio Quitandinha

Desde o dia 15 de fevereiro, quando Petrópolis viveu a maior tragédia socioambiental de sua história, 23 dias passaram. O intenso trabalho de buscas, realizado pelo Corpo de Bombeiros e voluntários, ajudou a tirar com vida pouco mais de 30 pessoas e a localizar os corpos de mais de 200 pessoas que foram levadas pelas enchentes ou soterradas pelas barreiras. Quatro, no entanto, ainda seguem desaparecidas. Entre elas, Pedro Henrique Braga Gomes da Silva, de 8 anos. Ele era uma das pessoas que estavam nos ônibus que afundaram no Rio Quitandinha, na Washington Luiz.

No dia do temporal, ele estava com a mãe, Rafaela. “Ele voltava para casa, depois do segundo dia de aula. Ele estudava perto, no Terra Santa. E vinha para a casa (no Morro do Gulf). Eu estava no centro, presa por conta da enchente. Tinha médico naquele dia. Quando os ônibus viraram, arrastado pela correnteza, o Pedro pulou para o outro ônibus e a correnteza levou a minha filha, que acabou se separando do meu neto”, conta a avó, Sônia Regina Pinto Braga, de 55 anos, que é técnica de enfermagem.

A Rafaela conseguiu se salvar. “Algumas pessoas jogaram uma corda e ela conseguiu ser resgatada. O Pedro, desapareceu”, conta a avó, que relata que as buscas pelo menino, que envolvem voluntários e o Corpo de Bombeiros, continuam. “O Leandro, pai do Gabriel, mesmo depois de encontrado o filho, que estava no ônibus junto com o Pedro, continua buscando”, relata a avó.

Sem perder a esperança, a família espera que as autoridades também não desistam da busca. “A gente só quer dar um enterro digno a ele. O prefeito prometeu que as buscas seguem para encontrar todas as pessoas que ainda restam e nós também não desistimos de buscar”, revela a avó que lembra que o neto era bom em matemática e estava empolgado com o retorno das atividades escolares. “Na segunda (14), quando a gente passou em frente a uma escolinha de futebol, ele pediu para matriculá-lo lá. Ele também amava futebol”.  

Buscas ainda envolve outros três desaparecidos

Além de Pedro, seguem desaparecidos: Antonio Carlos Dos Santos, de 56 anos; Heitor Carlos Dos Santos, 61; e Lucas Rufino Da Silva, 20. Os dois primeiros também estavam nos ônibus arrastados pela correnteza para o Rio Quitandinha.