A incompetência de cada um

09/06/2018 08:00

Frequento a Academia de Poesia há 23 anos, e como membro titular desde 1997, e sou, sem falsa modéstia, um dos que mais se dedicaram à Casa neste espaço de tempo, depois do saudoso amigo Ivan Herzog, o que mais conhecia todos os assuntos inerentes à Casa de Raul de Leoni. Muitos, nesses longos anos, achavam que ele ou eu deveríamos assumir a presidência mas nunca nos sentimos com condições para tal – comungávamos as mesmas ideias a respeito além de muitos outros pontos. Porque, para nós, era uma responsabilidade além do temperamento de cada um para se exercer com perfeição – se tudo que fazíamos, na secretaria, procurávamos o mais próximo da perfeição, dentro de nossos limites. Assim ele pensava e assim também penso até hoje, se nunca foi um título a nortear nossa meta de vida.

Tal visão administrativa é que revolta ver elementos assumirem compromissos com o povo que sabem, de antemão, não poderem cumprir mas o fazem em função da vaidade e interesses outros – quando não é forçado pelas circunstâncias. Os políticos se julgam polivalentes e na crise ficam que nem baratas tontas como nosso governador, sempre com reações aparvalhadas sem encontrar as palavras mais cabíveis para o momento e só “expelindo” sandices em seus eternos fiascos, dando a impressão sempre de querer fugir do foco. Mas a Constituição não permite tira-lo do poder (sempre ela). Como disse, certa vez, a “premier” britânica Theresa May – “Se não é permitido, mudemos as leis”.

Parto do princípio de tudo tem que ser feito com dedicação, capricho e responsabilidade e que, se não tiver ou não se sentir com competência, é melhor não se expor para não se desmoralizar. É ser honesto consigo próprio, acima de uma eventual vaidade para não demonstrar incompetência – o que não vem a ser nada vergonhoso se não podemos fugir de nossa total ignorância em determinados segmentos proficionais. É por isto que eu admiro quem consegue mostrar sua eficiência na função a que se propõe – o que só compete elogiar sem inveja, numa simples demonstração de humildade.

Mas esperar isto de algum político seria desejar muito de tantos polivalentes de fachada sem a menor capacidade para tal e, mais, agravados pelo fato de não saberem se cercar de elementos mais capazes colocando sempre um errado em lugar de alguém certo. – jrobertogullino@gmail. com                                                                                                                                                  


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