A melancolia

31/01/2020 12:26

A melancolia se solidifica quando ainda não terminamos os nossos estatutos próprios, quando ainda estamos alheios ao mundo que nos cerca e que nos envolve. A melancolia é certa fisionomia daqueles que imploram perdão a si próprios e as investiduras que ornaram ao passar pelos anos, é a totalidade em reduto sensível, prisioneiro das maledicências e das tendências dolorosas às quais ainda não se conseguiu destruir.

O homem arisco, o homem poderoso e culto, principalmente, traz dentro de si a instabilidade de momentos fortes em que se consagrou a disputas e envolvimentos no passado.

Melancolicamente falando, estaremos diante de homens e mulheres ariscos no viver, instáveis no proceder e totalmente desarmonizados com as naturezas que os envolvem.

Caprichosamente o destino lhes traz soluções diversas a tempos diversos, parcialmente suas vidas são voltadas a interiorizações de inverdades, pois as substanciais coisas e lembranças flutuam nas areias do tempo, deixando-se aprofundarem-se e sumirem em vãs ideias e sutis lembranças.

Ser melancólico é ser triste ultimando um raciocínio retrógrado e sem finalidade; ser melancólico é querer se redimir e ao mesmo tempo se ausentar, é querer ser e não se tornar convictos, é querer usar e se frear, é saber que nada no mundo o acolhem, pois estará sempre alienado de tudo que o envolve.

Ser atuante, ser triste, ser saudoso, ser manifesto em calorosas discussões e saber viver é a arte mundial de todas as esferas e de todos os meios, saber ser o ser individual e amplo, é aspecto a ser atendido e agasalhado pelo espírito é ser acima de tudo, acima de todas as ideias, o pleno e o essencial espírito criado por Deus e consentido pelos homens.

Cada um de nós usufruirá de plenos momentos, de amplos conceitos se souber se manter à margem de temas como “melancolia”, cada um de nós poderá se exercitar, simplesmente, ao aceitar a vida como ela se dispõe a nós e como a sentimos e queremos.

Somos almas em busca de nós mesmos em verdades, em sentimentos, em querer e a nossa mente será acima de tudo tentar retardar a nossa sequencia, a nossa tese de vida infinita.

Perdoar e ser perdoado, sentir e saber avaliar, amar e se sentir ampliado por este sentimento será a recompensa final. A plenitude de sentimentos é a abrangente esfinge a ser traçada e moldada diante de nós por toda a eternidade.

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