A palha do presépio

14/12/2018 11:40

No tempo de Advento e Natal, meditamos sobre os mais diversos aspectos do nascimento de Jesus, mas, até hoje, nunca vi uma reflexão sobre a palha onde Maria deitou Jesus depois do seu nascimento, a palha que acolheu Jesus na manjedoura da estrebaria em Belém.

Na Bíblia e na vida, há aspectos negativos e positivos em relação à palha.

Há a palha que é rejeitada pelas pessoas porque querem apenas o grão. E há a palha que é trabalhada e transformada em algo útil.

“Fogo de palha” é uma expressão que aponta para algo passageiro, de curta duração. Há paixões e amizades que são como “fogo de palha”: queimam intensamente por tempo bem curto e logo desaparecem. Às vezes temos bons propósito e decidimos: “agora vou mudar de vida!”. Se logo abandonamos esses propósitos, esses são como “fogo de palha”. Como “fogo de palha” também é nossa fé quando, num determinado momento, a devoção desperta, queima por breve tempo e logo depois desaparece. E tudo voltou a ser como era antes. Também usamos o termo “palha” quando preenchemos nossa vida com valores vazios, sem conteúdo.

Mas há também o aspecto positivo da palha. Ela pode ser vista principalmente como símbolo do servir. Ela sustenta e ajuda a produzir o grão, pois é esse o objetivo da sua existência. A palha pode servir de adubo para fertilizar a terra. Pode servir de alimento para os animais. Como telhado, sendo proteção para casas que acolhem pessoas e animais. Pode servir na confecção de tijolos, para fazer um chapéu ou um cesto. A palha também pode servir para abrigar, aconchegar na forma de um colchão feito desta palha. A palha, quando tecida por mãos hábeis, produz maravilhas.

A palha que havia sido colocada como alimento para os animais na manjedoura em Belém serviu de cama para o menino Jesus. Serviu de abrigo, de aconchego ao próprio Filho de Deus, que veio a este mundo de forma humana no menino Jesus. 

Meditando sobre a palha, com seus aspectos negativos e positivos, pensamos na nossa vida. Assim somos nós também. 

Tantas vezes preenchemos nossas vidas com valores vazios, tantas vezes temos atitudes positivas que são como “fogo de palha”: passam rapidamente e não perseveramos nestes valores. 

O ideal é que procuremos ser como o sentido positivo da palha: que sejamos símbolos do servir, assim como a palha serviu de aconchego e deu calor para Jesus. Sejamos pessoas que ajudam os outros a crescer, acolhamos quem conosco convive de braços abertos, demos proteção e carreguemos aqueles que precisam ser carregados e protegidos. Foi isso também que Jesus veio nos ensinar: “Quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mateus 20.26-28)


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Avenida Ipiranga, 346.

Cultos todos os domingos às 09:00h. Tel. 24.2242-1703

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