A Ressurreição de Antônio Izaias

26/01/2022 15:26
Por Fernando Costa

Unidos  em orações e reverências. Faleceu o Acadêmico Emérito da Academia Petropolitana de Letras, ex-titular da Cadeira 10 (patrono- Gonçalves Dias), Desembargador e Professor Antônio Izaias da Costa Abreu, ocorrido no dia 18/01/21  – no RJ. Amigo, mestre, confrade querido e incentivador de longa data se manterá qual sarça ardente em nossas memórias e benquerer. Seu retorno ao regaço paterno é a certeza da vida eterna. Agora, junto à querida Senhora Penha desfrutarão dos braços maternais de Maria Santíssima e corte celeste. Sua obra e virtudes servirão de alento a prosseguirmos nossa trajetória, para, um dia, se merecedores formos estarmos unidos em cânticos e hosanas.  Realizar a capa de seu  primeiro livro “O Linguajar do marginalizado” e a noite de autógrafos no Tribunal do Júri muito prestigiada foi renovada alegria. A seguir, alguns tópicos da apreciação por mim realizada a seu pedido em prol de seu livro “Ternas Recordações”.

Ao ler “ternas recordações” insculpidas pelas mãos e coração de ANTÔNIO IZAIAS DA COSTA ABREU, fico a perscrutar por que existem pessoas que resistem, ao desejo de falarem do amor em sua plenitude?  Acaso os grandes clássicos, desde os gregos, como, por exemplo, Anacreonte, Safo ou ainda os renascentistas, Shakespeare, Petrarca, Dante, Camões ou Cervantes não deixaram profundas marcas no romantismo?   Bem antes deles, vimos desfilar magníficos poetas orientais, desde os chineses aos hindus.  E, ao urdir esta súmula, a guisa de proêmio, estou convencido  de que a profecia segue seu destino, desta vez, através de IZAIAS que extraiu experiência da infância, brotada de lágrimas e sorrisos, do aprendizado adulto, transformando-as no apostolado da dignidade, do amor, da justiça, trabalho e da paz.

No caleidoscópio dos sonhos, não deixou que os espinhos, pedras e fagulhas, arrefecessem, a perseverança, na concretização de seu ideal jamais servindo o seu fardo de repositório a amargura e ao rancor. Somando-se à hermenêutica e questões coloquiais, semânticas, didáticas, retóricas e técnicas que norteiam o universo da poesia, sobressai com vantagem e alto brilho o amor, num grito de guerra pela concórdia e fraternidade. A poesia estreita os laços, aprimora a educação e preserva os reais valores.  A criatura humana e a poesia se irmanam. Num mundo de paradoxos e tecnicistas, mais do que nunca a poesia deve-se dizer presente! Ela, é a arte que educa, abranda e equilibra o espírito, tem o poder de recriar o mundo, renovar a esperança, é alento à alma. Ela se adelgaça ao encontro dos anjos.

Em feliz hora, seus pranteados pais Edgar e Maria Aparecida da Costa Abreu, levaram-no a pia batismal e deram-lhe  o nome de IZAIAS… ANTÔNIO IZAIAS DA COSTA ABREU, luminar de nossos Tribunais, personalidade culta e da alta envergadura, transpõe os umbrais do Templo da Poesia, inaugurando nova fase em sua abençoada e profícua existência, imprimindo em nossos corações suaves acordes, dignos dos Querubins e Serafins. Seus versos onomatopaicos, fluem doces e sonoros, ricos em aliterações, como por exemplo, o “dançar com a rosa formosa”… Lindo bailado, a encantar Terpsícore, a Musa da dança. E mais, Aristóteles nos fala da função catártica da poesia, “ela é o prazer puro e elevado”.  Ao divagar acerca do poeta IZAIAS, lembro-me de um de seus célebres colegas da magistratura, o poeta mineiro, ALPHONSUS DE GUIMARÃES ao considerar o poeta “um anjo”, privilegiado do Criador, vindo de encontro às palavras de Oscar Wilde, quando disse que os artistas e poetas tem um quê de divindade”poesia, em plenilúnio, vive momento de indelével beleza e o Olimpo abre suas portas e recebe-o de braços abertos. É seu poeta, um lugar de destaque junto às belas letras brasileiras.

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