Abandono das pistas de voo livre preocupa e afasta praticantes do esporte
Mais um espaço de lazer e turismo na cidade está se desgastando devido à ação do tempo e, principalmente, pela falta de investimento. Os amantes do voo livre sabem bem: as pistas do Siméria e Parque São Vicente, que são de mais fácil acesso, estão com aspecto de abandono. Mato alto, lixo espalhado e falta de sinalização. Espaços que antes atraíam muitos visitantes para admirar a vista em dias de céu limpo, hoje está intimidando frequentadores.
Na pista que fica no Siméria, a rampa de madeira já gasta tem recebido reparos graças à mobilização de pilotos que utilizam a pista. "Nessa pista, os reparos só chegam quando não há mais o que ser feito. As limpezas e capina muitas vezes são feitas pelos próprios associados de clubes de voo livre daqui. É um espaço que visivelmente precisa de investimento”, disse o piloto Carlos Eduardo Rosa.
Na principal pista da cidade, que fica no Parque São Vicente, a situação não é muito diferente. O local costuma ser a sede de grandes eventos de voo livre, como o Serra Open de Voo Livre. Atualmente, porém, o mato alto no caminho de acesso quase cobre as placas que foram instaladas com informações para os turistas – placas essas vandalizadas com pichações e sujeira.
Apesar de a Prefeitura afirmar que as duas pistas passaram por coleta de entulho, capina e roçada no mês de dezembro, o cenário já na primeira semana de janeiro é bem diferente. No Parque São Vicente ainda existe um cômodo sob a rampa cuja utilidade não é muito clara. O local funciona como depósito de lixo. Em nenhuma das duas rampas há lixeiras pelo caminho para o descarte regular do lixo e, segundo frequentadores, a coleta não é frequente. No Parque São Vicente só há uma caçamba no início do caminho, que leva até a rampa.
O Parque São Vicente está passando por uma ação de desapropriação, solicitada pelo Petrópolis Voo Clube. Segundo um dos diretores, o instrutor de voo livre Marco Antônio Damico, a intenção é assumir a administração do espaço. Fazer melhorias, regularizar a frequência de voos e dar um mínimo de infraestrutura para o conforto dos frequentadores.
“Posso dizer que a pista do Parque São Vicente é a melhor pista de Petrópolis e uma das melhores do país. Tem fácil acesso para pilotos. Na maior parte das pistas, só é possível o acesso com carro 4×4, por exemplo. Enquanto o espaço não for desapropriado, nós contamos com a prefeitura, que nem sempre está disponível para os cuidados”, disse Marco Antônio.
Petrópolis ainda conta com mais uma pista de voo livre no Morin. Esta, por ser difícil acesso, recebe ainda menos cuidados. Por essa razão, quem faz os reparos e a limpeza necessária também são os pilotos e instrutores. Para Marco, além dos cuidados outras questões precisam ser vistas para a prática do voo livre na cidade. Como a licença para o pouso em Fragoso, que não há um espaço apropriado.
Questionada sobre a manutenção destes espaços a Prefeitura informou que a Comdep vai enviar equipes de varrição para limpeza nos dois locais. Os serviços de capina e roçada também estão sendo incluídos na programação das equipes da companhia.