Abcred diz a governo federal que há espaço para quintuplicar microcrédito em 5 anos
Há espaço para quintuplicar o microcrédito do País em cinco anos, na avaliação da presidente da Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (Abcred), Isabel Baggio. Esta análise foi dirigida a vários ministros e instituições do governo nos últimos dias com o objetivo de fomentar o financiamento, alavancar a economia e – como uma consequência – até tirar 10% dos inscritos do Cadastro Único dos Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), que reúne 19,5 milhões de pessoas.
Na terça e nesta quarta-feira, representantes da Abcred estiveram nos ministérios do Desenvolvimento Social, do Trabalho, da Casa Civil e do Empreendedorismo. Também estiveram em instituições como Banco do Brasil, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE).
A Abcred conta com associados que são operadores do Projeto Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO), criado em 2005.
“Viemos a Brasília para falar que o projeto deve ser atualizado e ampliado”, disse Baggio ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), citando que o aumento esperado não é apenas de recursos, mas também de prazos, taxas e limites.
O universo de tomadores desse microcrédito, que está fora da alçada regulatória do Banco Central, compreende empreendedores informais e Microempreendedores Individuais (MEI), com renda média familiar de três salários mínimos. “Esses recursos atendem à economia invisível”, afirmou a presidente.
Dados da Associação apontam que foram concedidos R$ 1 bilhão em 2023, com tíquete médio de R$ 5 mil. Outros R$ 15 bilhões foram repassados por programas do governo via Banco do Nordeste.
A expectativa, portanto, é de que a soma possa chegar em torno de R$ 75 bilhões em cinco anos. “Não é doação. Estamos apresentando dois programas – do Nordeste e do Sul – que tiveram iniciativa do governo, deram certo e que podem ser replicados para outras partes do País, ajudando a aumentar o consumo e a atividade econômica”, argumentou. “Esta é a melhor forma de saída de planos assistenciais e estamos aqui para atender o governo na área de microfinanças”, continuou.