Abordado em supermercado de Petrópolis por não usar máscara, deputado diz que vírus ‘idiotiza’ as pessoas

20/05/2020 14:42

Depois de ter sido orientado pelo gerente de um supermercado de Petrópolis a usar máscara para acessar o estabelecimento, o deputado federal Daniel Silveira, que recentemente retirou manilhas instaladas pela Prefeitura para fechar o acesso da BR-040 ao Carangola, protagonizou mais uma polêmica: disse, em uma live na sua página em uma rede social, que o novo coronavírus “não adoece as pessoas e sim idiotiza”. O caso aconteceu no fim de semana. De acordo com os decretos municipais, mercados devem proibir a entrada de clientes que não estejam usando a proteção.

Na live, o deputado disse que não usa máscara e que também não mudou seu estilo de vida ou comportamento por conta do coronavírus. “O que está acontecendo é uma idiotização das pessoas em relação a esse vírus. Não mudei em nada minha vida. Entrei no supermercado sem máscara, comprei o chocolate e volto quando eu quiser”, disse o deputado.

Daniel Silveira contou que entrou no supermercado, mas, quando chegou no caixa, a funcionária percebeu que ele não usava o acessório e afirmou que, por isso, não poderia vender o produto. O gerente foi chamado e orientou o deputado a usar a proteção conforme determinam os decretos da Prefeitura. “Como consumidor, eu tenho o direito de comprar e não poderiam me impedir. Que fôssemos para a delegacia resolver isso”, disse o deputado, que, indignado, conseguiu comprar o chocolate. 

Na live, ele ainda criticou governadores e prefeitos que estão adotando medidas rígidas de isolamento social para evitar a disseminação do Covid-19. O deputado também citou a Medida Provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro, que incluiu barbearias, salões de beleza e academias como atividades essenciais, para justificar a abertura desses estabelecimentos.

Procurado pela Tribuna, o deputado mudou o tom. Afirmou que entrou sem a máscara “por não ser algo do seu cotidiano, que ainda não se acostumou”. Daniel Silveira disse ainda que o que causou indignação foi o gerente ter se recusado a vender o produto. “Se tivessem me falado antes de entrar que teria que usar máscara, tudo bem, mas, quando que eu estava saindo, eu não achei justo. Além disso, não vi comunicado alertando sobre o uso”, justificou.

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