Abram os olhos

20/05/2018 12:00

Chegamos praticamente ao fim do décimo sétimo mês do governo Bernardo Rossi. São 35% do período de mandato já cumpridos e o que temos na prática é desalentador. O que mais me preocupa é o fato de não se saber até o momento o que o governo pretende e onde está a mudança defendida durante toda a campanha.

Não há qualquer destaque nas políticas públicas, tampouco qualquer avanço em áreas prioritárias da administração. A imagem urbana sofre com a lentidão com que são tratadas a pavimentação (são centenas de ruas esburacadas), a iluminação, a sinalização, a falta de ordem na mobilidade e outros problemas nos quais se nota uma certa desídia de soluções. O prefeito tem se favorecido pelas péssimas condições do País e do Estado, podendo escusar-se na falta de recursos para investimentos, o que a bem da verdade serve como uma desculpa sem qualquer robustez; o que realmente acontece é que não estamos tendo prefeito. 

Se este estágio negativo no País e no Estado atual passar, ficará desnudada a dificuldade da atual gestão de lidar com as políticas públicas necessárias ao Município. 

Se estão imaginando que estou sendo excessivamente cáustico, parem e pensem no que foi feito nestes 17 meses que mereça um grande destaque. Uma cidade como Petrópolis com enorme simbolismo histórico e com enormes desigualdades sociais, precisa de um olhar acurado e de atenção e cuidado, quer seja com relação a seu embelezamento e limpeza, quer seja na busca pela criação de postos de trabalho.

Dados associados e combinados com evidências são os alicerces de um plano de políticas públicas, mas infelizmente eles são relegados a um limbo de inexistência. Não se enxerga o dedo administrativo apontando o caminho, o que já seria um primeiro alento. O sentimento é de um "não me siga, porque também estou perdido".

Temos uma máquina inchada e pouco eficiente nos aspectos primários do dia a dia, uma máquina custosa sem qualquer lubrificação para torná-la mais produtiva e positiva. A somar-se a isto, não há qualquer diálogo com a sociedade onde se poderia demonstrar a busca de possíveis soluções dos inúmeros problemas. 

Peca também o governo em levar à população seus poucos feitos e quando o faz é sempre de forma exagerada inflacionando números incomprováveis. Sua comunicação é falha, truncada e de parcos resultados. 

O "slogan" de campanha "prefeito da mudança" não resiste à realidade. Vem falhando em todos os critérios, sem propostas e sem senso crítico. Principalmente sem a humildade necessária para reconhecer que a condução da governança precisa mudar o rumo, ser mais enxuta e eficiente. Que se acenda uma luz, pois ainda há tempo; caso contrário a administração será a maior inimiga dela mesmo. 

Trouxe o arcaico e ineficientes figuras para integrar a administração para condução de sua política, inclusive também mexendo na estrutura de remuneração de funcionários, um tiro no pé. Só posso complementar afirmando que passou da hora de abrir o olho.

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