“Abrigão”, comprado por R$ 3,5 milhões pela Prefeitura, na Rua Floriano Peixoto, continua de portas fechadas

25/10/2022 16:35
Por Redação/ Tribuna de Petrópolis

No dia 15 de março, após a tragédia de fevereiro, a Prefeitura de Petrópolis anunciou a compra de um imóvel na Rua Floriano Peixoto. Apelidado de “abrigão”, o imóvel foi comprado pelo valor de R$ 3, 5 milhões com o dinheiro doado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Na época, segundo informações da Secretaria de Assistência Social, o imóvel com 32 unidades habitacionais seria utilizado para acolher famílias atingidas pelas chuvas e, depois, funcionaria como uma espécie de lar temporário. No entanto, até hoje, o local permanece fechado e a população não sabe quando será atendida.

Normalidade para quem?

Mesmo após 8 meses da tragédia, muitas famílias ainda não voltaram à normalidade. Seguem vivendo em casas de parentes ou amigos. Algumas delas, inclusive, voltaram a morar em áreas de risco, mesmo com a casa interditada, porque não têm para onde ir. Há também histórias, como a de Paulo Sérgio Ferreira. No início da tragédia, ele precisou arcar com todos os custos do aluguel para sair da casa interditada. Atualmente, ele recebe o aluguel social.

Sérgio relembra que precisou recorrer a pontos de apoio na época das fortes chuvas deste ano. “Fui à Igreja Batista da Rua Teresa, que também ficou interditada por causa de risco. Depois, fui para casa de um grande amigo e, por fim, para a casa alugada com a minha filha e sua mãe, minha ex-esposa, nos damos muito bem. Para quem não tinha para onde ir, o prédio da Floriano Peixoto iria ajudar muito.”, afirma.

Márcia Passos também foi uma das milhares de pessoas atingidas pela tragédia, ela lembra que precisou ir para a Igreja Batista no dia 16 de fevereiro, onde ficou por quase dois meses. Após esse período ela voltou para sua casa, que estava interditada. Porém, com a chuva do dia 20 de março, ela precisou deixar o imóvel novamente. Com a casa interditada e com medo do que o pior poderia acontecer, Márcia procurou abrigo na Igreja Santo Antônio, no Alto da Serra. Hoje ela também vive no BNH do Alto da Serra, com o aluguel social, mas conta que, para completar o aluguel, precisa inteirar o valor com o seu dinheiro.

Famílias vivem em situação precária em prédio no Quitandinha

Atualmente três famílias vivem em condições precárias em um prédio na Rua Pernambuco, no Quitandinha, custeado pelo Aluguel Social e com o aval da Secretaria de Assistência Social. O proprietário do imóvel informou à Câmara Municipal que faria os reparos necessários no prédio, mas não houve nenhuma confirmação de que isso realmente ocorreu.

A Prefeitura foi questionada sobre o prédio da Floriano Peixoto e sobre as famílias que vivem em situação precária no prédio no Quitandinha. Em nota, a Secretaria de Assistência Social respondeu o seguinte:

“A Secretaria de Assistência Social esclarece que 3 famílias estão hoje ainda no imóvel da Rua Pernambuco, no Quitandinha. Já há imóveis em vista, para que essas famílias possam ser transferidas. A Secretaria segue acompanhando o caso de perto e visitando os possíveis imóveis que possam receber essas famílias.

A Secretaria de Assistência Social esclarece também que as demais famílias já estão morando em novos imóveis pelo programa do Aluguel Social.”

Sobre o prédio na Floriano Peixoto, a Prefeitura abriu processo de licitação para contratar uma empresa para reforma e adaptação imóvel. O prédio funcionará como abrigo provisório de uso misto para famílias em situação de vulnerabilidade. A licitação será no dia 16 de novembro, na modalidade tomada de preços.

As obras, por sua vez, contemplarão reforma e adequação do prédio: telhado, rede elétrica, pintura externa, pintura interna, melhorias nos apartamentos, rampas de acesso, entre outras medidas. O valor previsto para as obras é de R$ 600 mil.

*Matéria atualizada às 20h28 para inclusão do posicionamento da Prefeitura.

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