Acesso precário em servidão no Floresta causa acidentes e tem risco de desabar

24/05/2019 11:48

Degraus soltos em frente a um precipício e pessoas passando em uma valeta de água para ter acesso à região. Essa é a situação que os moradores da Servidão José Graciano enfrentam, há mais de cinco anos, no Floresta. Com a estrutura totalmente comprometida, os acidentes envolvendo populares na escadaria são comuns. Pelo menos três pessoas já caíram de uma altura de quatro metros ao tentar passar pelo local, ficando gravemente feridas.

Pedro Luis da Silva, de 45 anos, carrega as marcas da ausência do poder público. Ao tentar passar pela escada, não conseguiu se equilibrar, caindo no precipício. Na ocasião, a vítima precisou passar por procedimentos cirúrgicos. "Tenho alguns pinos na perna por conta desse descaso. Fiquei internado por dois meses. A minha situação aconteceu em 2016, e até hoje nada foi resolvido. O ruim é que o problema se repete a todo o momento", contou o morador.

A residência de Luis Felipe Gonçalves, de 45 anos, fica localizada a poucos metros abaixo da escadaria. De acordo com o cozinheiro, a dificuldade para os moradores utilizarem o trecho se torna alarmante a cada dia que passa, principalmente, para idosos, crianças e pessoas com mobilidade reduzida.

"Semana passada uma jovem precisou ser atendida por equipes de socorro, após cair da escada. Ela foi parar atrás da minha casa. Essa cena é comum por aqui. No fim do ano passado, uma idosa também sofreu o acidente, fraturando a coluna. Quando ouço algum barulho atrás da casa, já sei que alguém despencou da servidão", contou.

Indignados com a ausência da prefeitura por todo esse tempo, vizinhos decidiram iniciar uma rifa para angariar recursos em prol da execução de obras no local. "Estamos estudando a melhor maneira de começar a arrecadar o dinheiro. Os próprios moradores já pediram à prefeitura que forneça o material, que nós mesmos damos um jeito de fazer a obra. Porém, sempre alegam que não há como ajudar. Com isso, o jeito é a comunidade se unir e tentar fazer o conserto", contou Luis.

A situação no local é grave. Caso os degraus de cimento, que já estão soltos, caiam da altura de quatro metros, podem atingir uma residência, provocando acidentes mais graves que os já mencionados. Além disso, a soltura pode interromper também toda a manilha de esgoto que passa pelo mesmo local.

"Por enquanto, vamos pedindo a Deus que nos proteja. Técnicos da Defesa Civil já vistoriaram o local e orientaram que, quando viesse chuva forte, eu deveria sair da minha casa, pois a servidão toda poderia cair. O problema foi constatado, mas a solução não vem. Agora, contamos com a sorte e estamos sempre de prontidão para ajudar algum idoso ou criança a passar pela valeta", concluiu.

Abandono


Além do problema grave encontrado, as reclamações ainda são muitas. Em alguns trechos, a escadaria ainda é de chão de terra. Quando chove, o acesso se torna escorregadio, aumentando ainda mais os riscos de queda.  Já na escadaria principal, em uma extensão de aproximadamente 100 metros, a construção irregular de degraus, feitas pela prefeitura, deixou a desejar em alguns aspectos.

"Um degrau maior que o outro, não há corrimão, e, quando chove, ninguém sobe e ninguém desce, pois não foi feita nenhuma vala para escoamento da água. Estamos completamente abandonados. Será que precisa acontecer alguma catástrofe para que o município se lembre da população? Ou vai ser preciso chegar mais um período eleitoral para recebermos as promessas dos candidatos?", completou uma moradora que não quis ter a identidade revelada.

A Defesa Civil informou por meio de nota que esteve no bairro Floresta realizando vistoria em abril e o laudo foi encaminhado para a Secretaria de Obras, que está estudando medidas para contenção do trecho. A Secretaria de Obras também busca alternativas para melhorar o sistema de drenagem do local.

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