O acúmulo de lixo em Itaipava tem causado prejuízos à saúde pública, ao turismo e à economia local, alerta o movimento Unidos por Itaipava (UNITA). A entidade enviou ofícios à Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis (Comdep) e à Secretaria de Segurança, Serviços e Ordem Pública (SSOP), cobrando a regularização da coleta de resíduos. Segundo o UNITA, a situação resulta em mau cheiro, proliferação de insetos e danos à imagem do distrito, reconhecido por sua gastronomia e atrativos turísticos.
Os problemas se espalham por toda a cidade e foi agravado pela dívida da Prefeitura com a Força Ambiental, responsável pelo aterro sanitário de Três Rios, para onde os resíduos são levados. As chuvas da madrugada desta quinta-feira (21) agravaram o problema, com vídeos mostrando lixo sendo arrastado pelas ruas e alagamentos, como o registrado na Estrada da Saudade, onde bueiros entupidos formaram um bolsão de água. Nos distritos vizinhos a Itaipava, Pedro do Rio e Posse, o cenário é similar, com sacolas de lixo encharcadas pelas chuvas e lixeiras infestadas de ratos.
Segundo Fabrício Santos, secretário do UNITA, a situação atingiu um “nível alarmante”. “O lixo não está sendo recolhido há dias. Além disso, não temos nenhum serviço para a retirada de entulho, o que só agrava o problema. Estamos vendo nosso distrito, que é um cartão-postal da cidade, ser transformado em um depósito de resíduos”, lamentou.
A crise não é recente. Há mais de um ano, o fechamento do transbordo de lixo complicou o sistema de coleta. Antes, os resíduos eram transferidos para Três Rios por carretas, mas com o encerramento do serviço, caminhões da coleta passaram a fazer todo o trajeto. A empresa PDCA, proprietária do local de transbordo, alega inadimplência da contratada AMI3, mas se diz disposta a negociar diretamente com a Comdep.
A situação se agravou nos últimos dias, quando a Força Ambiental, responsável pelo aterro sanitário de Três Rios, recusou o recebimento do lixo de Petrópolis. Segundo o vereador Mauro Peralta (PMN), a dívida é de R$ 1,4 milhão.
“Queremos medidas práticas e imediatas. Itaipava é uma imagem símbolo forte para o turismo, construída com tanto esforço e não pode pecar por falta de gestão da limpeza pública”, ressaltou Alexandre Plantz.
A Comdep informou que está notificando a Força Ambiental para normalizar o acesso ao aterro. Em nota, afirmou que “nada justifica a metodologia criada pela Força Ambiental”, considerando-a fora dos termos contratuais. A companhia acredita que “o bom senso vai prevalecer” e afirma que o pagamento está “praticamente em dia”.
A reportagem tentou contato com a Força Ambiental, mas não obteve resposta até a última atualização.