Ágatha e Duda faturam 6º ouro e conquistam Circuito Brasileiro de vôlei de praia
Ágatha e Duda conquistaram neste domingo o primeiro título do Circuito Brasileiro de vôlei de praia juntas. E de maneira perfeita, disputando a final das oito etapas e ganhando seis, sendo cinco consecutivas. A conquista, em Saquarema, no Rio de Janeiro, veio com a vitória por 2 a 0 sobre Bárbara Seixas e Carol Solberg, com duplo 21/17.
Foi a coroação de uma temporada excelente. A dupla subiu ao topo do pódio em seis das oito finais disputadas. São cinco medalhas de ouro seguidas e o 12° triunfo da parceria em uma etapa do circuito. Ágatha soma na carreira 19 ouros e Duda, 13. Elas vêm de um bronze conquistado na etapa do Catar do Circuito Mundial, na semana passada.
Com apenas 22 anos, Duda ainda foi eleita a craque da decisão e festejou a conquista. “Nos esforçamos muito. Se manter entre as melhores é ainda mais difícil do que chegar lá”, disse. “Nosso time é muito estudado pelas outras duplas e queremos sempre mais”, afirmou a atleta de Sergipe.
Duda revelou que, depois de abrir mão da disputa passada pela vaga olímpica, erguer o título agora era a prioridade. “Aprendemos uma com a outra e tentamos tirar de todos os jogos onde podemos melhorar. Pela corrida olímpica, acabamos não participando de algumas etapas na temporada passada e colocamos como meta esse ano vencer o Circuito Brasileiro”, enfatizou. “Fico muito feliz de termos alcançado esse objetivo. É meu primeiro título brasileiro e um sonho realizado.”
Ágatha endossou as palavras da parceira e espera repetir o sucesso na busca pela segunda medalha olímpica. “É muito bom conquistar o que se coloca como meta. Acho que nosso time nunca tinha colocado tão forte isso como meta”, ressaltou. “E aí esse ano a gente colocou “vamos ser campeãs brasileiras”. Independentemente de o foco maior ser Tóquio, a gente tinha condição de primeiro brigar pelo Brasileiro e depois pensar lá na frente.”
A paranaense admite que elas estão jogando forte no circuito justamente para fazer bonito no Japão. “Na verdade, não deixa de ser uma construção para frente. Porque se colocando aqui querendo o primeiro lugar o tempo todo, a gente se obriga a toda hora ter de buscar ferramentas para conseguir estar em primeiro”, falou. “E essa busca por ferramentas faz com que a gente aumente nossa bagagem para Tóquio. Agora, foco total internacional. Começar a estudar, jogar as etapas lá fora pensando já em quem são os times que vão estar nos Jogos Olímpicos. Foco total internacional a partir de agora”, destacou.
Na disputa pelo bronze, melhor para a dupla formada por Ana Patrícia e Rebecca, que venceram, de virada, Taiana e Hegê, por 2 a 1, parciais de 19/21, 21/15 e 15/11.
BRONCA NO GOVERNO – Derrotada na final, Carol Solberg voltou a criticar o governo federal pela má condução da pandemia da covid-19. Ela chegou a ser advertida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por ter falado “Fora, Bolsonaro”, durante entrevista ao vivo, na cerimônia de premiação da etapa de Saquarema (RJ) do Circuito Brasileiro do Vôlei de Praia, em setembro do ano passado, mas depois foi absolvida em novo julgamento.
“Tem sido muito duro manter a cabeça boa. A gente vivendo uma pandemia, completando 290 mil mortes. Eu acho que a gente precisa ter consciência disso como atleta”, iniciou. “É um desafio muito grande manter minha cabeça boa, concentrada, durante as preparações para os jogos. Então, a gente, como atleta, precisa ter consciência disso. É absurdo o que está acontecendo no Brasil, tristeza, incapacidade de governar.”