Alimentos podem combater depressão

21/02/2016 09:54

A depressão, um transtorno mental muito comum no mundo atual, afeta mais de 13 milhões de brasileiros. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em todo o mundo mais de 850 mil pessoas que sofrem dessa doença cometem o suicídio a cada ano. Apesar do uso de medicamentos ser considerado por muitos psiquiatras uma das únicas saídas para esse mal, pesquisadores de várias universidades da Europa e também dos Estados Unidos conseguiram provar que alguns alimentos podem evitá-la ou até mesmo servir para tratar os casos mais simples. De acordo com um levantamento feito por uma universidade de Londres, na Inglaterra, a comida processada e rica em gordura aumenta em 58% o risco de depressão e tristeza. A partir daí os pesquisadores concluíram que a alimentação ajuda a produzir mais serotonina, aumentando o bom humor e o sentimento de satisfação. 

No cardápio diário de uma dieta equilibrada os médicos e nutricionistas recomendam o uso de alimentos que contêm os chamados “cofatores” para a produção da serotonina no cérebro. Esses fatores fundamentais estão nos aminoácidos triptofanos, magnésio, cálcio, vitamina B6, ácido fólico, entre outros, alimentos os quais, segundo a nutricionista Érica Navarro, são excelentes coadjuvantes para melhorar o humor e atuar no combate à depressão. “Nós temos vários alimentos que, combinados a uma dieta balanceada, podem evitar esse sentimento de tristeza que pode vir a evoluir para um quadro depressivo. É importante lembrar que esses alimentos não substituem os medicamentos dos casos mais avançados da doença, mas combinados a esses remédios pode ter um efeito muito satisfatório. Afinal, quando não existiam esses remédios o tratamento era feito com alimentos medicinais”, explicou.

Na lista da chamada “dieta da felicidade” estão frutas, castanhas, cereais, verduras legumes e carnes ricas em vitaminas e antioxidantes. A castanha-do-pará, as nozes e as amêndoas são ricas em selênios, e colaboram para a melhoria dos sintomas da tristeza. As castanhas podem reduzir o nível de estresse. O recomendado pelos nutricionistas é ingerir, no máximo, de 10 a 12 unidades de amêndoas ou cinco unidades de nozes, pois uma quantidade superior pode aumentar o acúmulo de gordura.

O leite e o iogurte são ótimas fontes de cálcio, que é um mineral importantíssimo para eliminar a tensão. “Ele ajuda a reduzir o nervosismo e a irritabilidade. Além de ter uma participação nas contrações musculares e nos batimentos cardíacos, ele também ajuda na transmissão dos impulsos elétricos e regula a pressão arterial”, explicou.

As frutas cítricas também são recomendadas. Elas são ricas em aminoácidos que intensificam a produção da serotonina. Três a cinco porções de frutas como banana, limão, mamão, melancia e abacate são indicadas pelos nutricionistas. Além delas, as frutas ricas em ácido fólico, como laranja e maçã, também se destacam, porque melhoram o funcionamento do sistema nervoso e combatem o estresse, prevenindo o cansaço.

Uma outra fonte de vitaminas importantíssimas como as do complexo B, que colaboram diretamente com o humor, são os ovos. O recomendado pela nutrição é comer um ovo por dia, no máximo, para não provocar problemas no colesterol. 

As carnes magras, peixes e folhas verdes também têm um papel importante na produção dos hormônios e substâncias que regulam o humor. Estudos feitos pela universidade de São Carlos, em São Paulo, mostraram que o consumo elevado de folato (vitamina presente nas folhas) está associado a menor prevalência dos sintomas depressivos. Os alimentos ricos em folato são hortaliças folhosas verde-escuras, como o espinafre, brócolis, couve, alface, entre outros. Além disso, pesquisas revelam que os indivíduos deprimidos apresentam baixos níveis de vitaminas do tipo B12, têm apresentado também uma diminuição do folato e, consequentemente, um certo desequilíbrio no metabolismo dos neurotransmissores do cérebro, associados ao controle do humor.

Além disso, o consumo controlado de mel, chocolate, amendoim, aveia, pimenta e sementes é recomendado para regular a produção de serotonina. 


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