Alunos de cursos da UERJ fazem projetos para Petrópolis

06/08/2018 14:25

O campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) instalado em Petrópolis, oferece atualmente o curso de Arquitetura e Urbanismo para, pelo menos, 85 alunos de várias cidades do estado do Rio. Inaugurado em 2015, vem realizando diversos projetos de preservação e valorização dos prédios e conjuntos arquitetônicos da cidade. 

A universidade veio para Petrópolis após um forte apelo, principalmente, da população, para que a cidade também sediasse uma universidade pública. E apesar de estar há dois anos com o curso em funcionamento, a maioria dos petropolitanos não conhecem os projetos que vem sendo realizados pela academia pela integração da universidade com o município. 

Segundo a pedagoga do campus, Neide Miranda, os projetos que vêm sendo desenvolvidos no decorrer do curso são voltados para as necessidades da cidade. A fim de promover e incentivar a educação patrimonial, o conhecimento e a valorização do patrimônio histórico da cidade. “Por estar em Petrópolis, cidade histórica, uma disciplina que tem destaque no currículo da área de arquitetura é a de Patrimônio e Restauro. E no urbanismo a ocupação das encostas e a preservação do ambiente”, disse.

Na disciplina de patrimônio e restauro vem sendo desenvolvido projeto de preservação-educação patrimonial de casarões e palacetes do Centro Histórico. A professora Maria das Graças Ferreira, responsável pela execução do projeto com os alunos, explica que o objetivo é educar não só os alunos, mas os petropolitanos sobre o que é o patrimônio histórico e a sua importância para o município. Os primeiros imóveis mapeados foram os casarões da Avenida Koeller, área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Esta é uma área que há uma carência de projetos, divulgações de Educação Patrimonial efetiva do município e necessitando de uma articulação entre a universidade, secretaria de educação, cultura e turismo do município e os órgãos de preservação”, completou a professora. 

Levando em consideração as condições climáticas de Petrópolis, a professora Patrícia Drach iniciou um projeto com os alunos que faz um levantamento climático e morfológico urbano, em que relaciona a questão de conforto às condições específicas da cidade. Segundo a professora, no procedimento um sensor de temperatura do ar e umidade do solo mede esses dados a fim de demonstrar a relação entre as áreas de desmatamento e a temperatura desses locais. A primeira área mapeada foi o Centro Histórico, e segundo Patrícia, os estudos devem se estender agora para as Vilas Operárias, em Cascatinha e Meio da Serra.

 Outro entre os principais projetos que vem sendo desenvolvidos, é a construção das maquetes. A professora da disciplina Glaucia Augusto, tem trabalhado com os alunos a construção de maquetes dos principais prédios históricos da cidade. Rico em diversidade arquitetônica, os prédios históricos da cidade são um prato cheio para a criatividade dos alunos. 

A universidade ainda tem baixa procura pelos alunos petropolitanos

A Uerj foi a primeira universidade do Brasil a adotar o sistema de reserva de vagas (cotas), em 2004, reservando 45% das vagas ara estudantes carentes, baseado na renda familiar, sendo 20% para negros/índios, 20% para estudantes de escolas públicas e 5% deficientes físicos e filhos de policiais civis, militares, bombeiros militares e agentes penitenciários mortos ou incapacitados em razão de serviço. 

Apesar disso, o curso ainda tem baixa procura, principalmente, por alunos da cidade. De acordo com dados da universidade, em Petrópolis, dos alunos matriculados neste ano, apenas 17,5% são petropolitanos. Sendo os outros 52,5% são do município do Rio de Janeiro, 15% são da região metropolitana do Rio, 7,5% da baixada fluminense e 7,5% da região dos lagos. 

São ofertadas 50 vagas por ano. ”A primeira turma que ingressou em 2016 perdeu 50% de alunos em função de incertezas decorrentes da crise política financeira do Estado e a procura do vestibular também foi reduzida, não chegamos a preencher as 50 vagas em 2017 e esta tendência começa a apontar reversão com o ingresso de 42 alunos em 2018”, disse a pedagoga.  

Para Neide, a pouca divulgação do sistema não possibilita o total preenchimento das vagas ofertadas. Neste ano de 2018, no curso de arquitetura só foram ocupadas 25% das 45% disponibilizadas. 

“A criação do curso em Petrópolis atende o objetivo de interiorizar a universidade oferecendo a opção de curso presencial em regiões fora da capital, para formação de profissionais qualificados e fixação dos jovens em duas regiões, colaborando para o desenvolvimento local e regional”, destacou.

Campus amplia rede de biblioteca para o público

O campus funciona atualmente na Avenida Ipiranga, 544, no Centro, possui uma biblioteca com um acervo de cerca de 2 mil livros e periódicos. Segundo o bibliotecário Marcos Santos, os exemplares estão disponíveis para consulta local e empréstimos. “Temos cerca de 50% do acervo catalogado, um acervo especializado disponível ao público”, completou.

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