Alunos encontram salas sem professores em Petrópolis

09/02/2018 10:50

Apesar de o ano letivo ter começado na segunda feira, dia 5, alguns alunos da rede municipal de ensino não encontraram equipes completas de professores nas unidades. Em algumas escolas, faltam professores de diversas disciplinas. Na Escola Rosemira de Oliveira Cavalcanti, no Itamarati, algumas turmas só estão com o quadro completo de disciplinas em um único dia na semana. Faltam professores de Educação Física, Português e Inglês. A situação preocupa pais e alunos, que temem que o atraso na inclusão de novos profissionais ao quadro de funcionários atrapalhe o calendário de aulas. 

“Há dias em que meu filho entra mais tarde. Em outros, o horário vago fica entre uma aula e outra. Aí ele e outros alunos ficam circulando pelo pátio. Têm que ficar horas esperando a próxima aula. Ele está no sexto ano e está perdendo aulas de disciplinas muito importantes”, lamentou a mãe de um dos alunos, que, com medo de represálias, não quis se identificar.

Outra preocupação dos pais é o que os alunos fazem no tempo livre. Um dos pais relatou que os alunos ficam sem supervisão durante os intervalos. “Eu fico em casa preocupada. O que me deixava sossegada era saber que meu filho estava dentro da sala de aula durante toda a tarde, mas agora, saindo cedo, chegando tarde, eu fico preocupada com esses horários livres”, relatou uma mãe. 

De acordo com a diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE/ RJ), Rose Silveira, outras escolas estão passando por esse problema. Com a alteração na lei municipal que regulamenta, entre outras coisas, o regime de horas dos professores, houve uma redução no quadro de servidores, o que gerou o déficit de pessoal nas escolas. 

Segundo Rose, a falta de professores neste início de ano letivo é uma das consequências diretas da alteração da lei municipal em outubro do ano passado. “Nós já prevíamos que isso aconteceria. Falamos no ano passado. Com a diminuição do benefício, o salário dos professores teve uma redução, o que fez com que muito professores deixassem os cargos. O valor da hora-aula ficou reduzido e, claro, gerou uma carência de profissionais”, disse. 

Apesar da afirmação da diretora do Sepe, a Secretaria de Educação tratou a questão como um caso isolado e informou que está em contato com a direção da Escola Rosemira Cavalcanti para tratar do assunto. O quadro de professores, segundo a Prefeitura, será normalizado no retorno das aulas, após o Carnaval. 

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