Alvo de queixas e prejuízos, Serra Velha continua sem prazo de licitação para ser revitalizada

11/12/2020 13:32

O estado de conservação da RJ-107, a Serra Velha da Estrela, principal ligação de Petrópolis com Magé, na Baixada Fluminense, compromete diariamente a vida de moradores de ambas as cidades e de trechos que ficam às margens da estrada. Com a promessa de melhorias, quem vive no local aguarda que o Departamento de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro (DER-RJ) realize as intervenções anunciadas. 

O órgão informou que está concluindo um projeto licitatório para elaborar um projeto básico de melhorias na rodovia. Recentemente, o departamento investiu em ações de recomposição de paralelepípedo e promete resolver as irregularidades e ondulações que causam desconforto a usuários em diversos trechos. A empresa responsável pelas intervenções, segundo divulgado no site do DER-RJ, é a Dynatest Engenharia LTDA. O valor da obra e o prazo de duração, no entanto, não são informados.

“Em relação à estrada, os piores problemas são causados por veículos pesados que usam a serra pra cortar o pedágio. Constantemente danificam os fios de telefonia e eletricidade. Esses veículos quebram na via, especificamente nas curvas. Aqui em casa tivemos um problema com a suspensão do carro. Por várias vezes, temos questões relacionadas aos ônibus, mas como cobrar das empresas, se a rodovia não ajuda?” diz a líder comunitária Daniela Souza. 

A empresa de transporte rodoviário que opera no local, a Petro Ita, informou à Tribuna, por meio de nota, que por décadas os ônibus sofrem danos pela falta de adequação viária na região, um problema crônico que resulta no desgaste dos veículos, tornando inevitável a quebra dos coletivos. Segundo o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Petrópolis (Setranspetro), o excesso de buracos e curvas fortes dificultam uma operação eficiente, resultando em viagens mais lentas e com trepidações. 

Dados do Sistema de Monitoramento via GPS, registrados de primeiro a nove de dezembro, apontam que as linhas 420 e 453, que atendem o Meio da Serra, perderam 19 viagens, ou seja,  4% das viagens programadas, em razão da falta de condição viária, que resulta na quebra de peças dos ônibus. O impacto, de acordo com a empresa, gera quebras, sobrecarga na área da manutenção e prejuízos, além de desconforto para os passageiros dos ônibus. 

À Tribuna, o Departamento de Estradas e Rodagens informou que em breve vai encaminhar o projeto de licitação ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC), para obtenção das licenças necessárias às intervenções na rodovia, que é tombada.

O DER-RJ sinalizou que as intervenções contemplam a restauração e recuperação de pavimento, drenagem, sinalização e preservação do patrimônio histórico e cultural da rodovia, entre o trecho da Fábrica de Pólvora do Ministério do Exército e o Conjunto Residencial Grão Pará, numa extensão de 11,5 km. 

A Tribuna questionou DER-RJ sobre os prazos e valores da obra, mas não recebemos resposta até o fechamento da matéria.

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