Analistas de comércio exterior aprovam paralisação; servidores da CVM se reúnem
Em meio a manifestações em cascata no funcionalismo público, analistas de comércio exterior aprovaram uma paralisação para a próxima quarta-feira, dia 6. No mesmo dia, será feita uma assembleia para votar a adoção de operação-padrão e entrega da cargos comissionados.
Com isso, pode haver atrasos em serviços como concessão de licenças de importação, autorização para uso de benefícios tributários nas compras do exterior e aplicação de direito antidumping.
A categoria reivindica reajuste de 28%, que seria a recomposição da perda de poder de compra no governo Jair Bolsonaro. O presidente da Associação dos Analistas de Comércio Exterior (AACE), Guilherme Guimarães Rosa, disse que a categoria tem tentado conversar com o governo, sem sucesso.
“Nosso problema é que o governo não abre negociação com a nossa categoria, não estamos conseguindo um canal de negociação neste momento dentro do Ministério da Economia”, disse ao Estadão/Broadcast.
Depois de o presidente Jair Bolsonaro prometer reajuste para policiais federais, diversas categorias começaram movimentos por aumentos e outras reivindicações em órgãos como Receita Federal, Banco Central, Tesouro Nacional e INSS.
CVM
Os servidores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) convocaram uma assembleia para o fim da próxima segunda-feira, 4, para votar uma possível entrada em greve, com suspensão total ou parcial das atividades. Os servidores pedem reajuste de 19% para recompor as perdas com inflação ao longo do governo Jair Bolsonaro.
O movimento ocorre após servidores do Banco Central (BC) decidirem entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta sexta-feira, dia 1º, reivindicando reajuste de 26,3% e a reestruturação das carreiras. Assim como no BC, servidores da CVM se consideram de um núcleo financeiro de servidores que inclui a Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Servidores da Comissão de Valores Mobiliários (SindCVM), Hertz Viana Leal, a União tem até o fim de semana para decidir sobre o aumento salarial das forças de segurança e dos demais funcionários públicos federais, uma vez que a legislação proíbe reajuste nos seis meses que antecedem as eleições. Por isso, a pressão do funcionalismo é crescente.
“Estamos na expectativa de negociação, de reajuste da nossa remuneração desde dezembro, desde que o presidente anunciou que finalizou o orçamento e pediu para fazer reserva para recompor a remuneração das forças policiais, da Polícia Rodoviária Federal. Começamos a nossa movimentação, conversando com servidores”, disse Leal, que marcou a assembleia para as 17h30 de segunda-feira.
“A tendência é que a gente faça uma discussão de entregar em greve direto ou começar por uma operação tartaruga. A tendência é paralisar as áreas que mais afetam o governo, mas que não prejudiquem tanto a população”, disse ele, lembrando que, no caso de ofertas públicas que não são analisadas dentro do prazo, por exemplo, há previsão de aprovação automática.