Aniversário de Petrópolis: as aulas H.G.P.T/E.T
No último dia 16 de março, Petrópolis completou 177 anos de sua fundação. Uma cidade rica historicamente desde sua percepção como um caminho para o ouro em Minas Gerais até os atrativos turísticos que a fazem ser lembrada como a Cidade de Pedro. Petrópolis tem muito a nos contar e entende-se que é de extrema importância que os moradores saibam de sua riqueza de detalhes em história, ou mais ainda, entende-se que é preciso preservar o amor pela nossa cultura em novas gerações. Pensando nisso há alguns anos a Prefeitura Municipal de Petrópolis implementou na grade curricular do Ensino Fundamental II, ou seja, à partir do 6º ano, a matéria chamada de H.G.P.T/E.T (História e Geografia de Petrópolis, Turismo e Trânsito).
O intuito do H.G.P.T/E.T é trazer ao conhecimento toda construção de nosso patrimônio, desde o conhecimento das terras petropolitanas como sesmarias na época da colonização até os dias de hoje, com nosso turismo engajado, conhecimento geográfico e regras de trânsito.
A beleza de nossa cidade e nosso patrimônio cultural é de imenso valor, com Museus, parques e uma natureza privilegiada, Petrópolis é um dos principais destinos turísticos do estado do Rio de Janeiro. Uma cidade planejada em 1843, pelo então Imperador Dom Pedro II a fim de cumprir os ideias de seu pai, Dom Pedro I, nos cercam de história por todos os lados. Tudo o que há em Petrópolis tem alguma história para contar. O encanto nos persegue, mas para tal, o conhecimento não pode jamais ser negligenciado.
“Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais importantes do que nunca.” As palavras do historiador Eric Hobsbawm (1917-2012), nos remetem a uma percepção de como as aulas sobre a nossa própria história podem ser mais importantes do que a julgamos. A necessidade de um pertencimento com o passado nos traz a consciência de membros e construtores de nossa própria história, ou seja, responsáveis e conscientes sobre tudo o que nos rodeia diariamente. A história abre caminhos, visões e questionamentos. É preciso compreender que tudo que pertence a nossa cidade foi construído um dia por uma sociedade diferente, com uma mentalidade diferente no século XIX, e tudo aquilo que se faz novo também tem uma relação com o passado.
Os questionamentos são de extrema importância para construção do ser individual e coletivo, no entanto, quando se coloca essas questões no meio em que nos cerca é como se saíssemos de uma bolha social. É preciso ensinar além de nossa história, é preciso ensinar o que há por traz das intenções do que se constrói, afinal, nenhuma cultura é inocente. A beleza de nossa cidade tem muito a revelar sobre um período de finais do século XIX, dada sua fundação em 1843, a abolição da escravatura em 1888, a Proclamação da República em 1889, entre diversos fatos históricos que nos rondaram e construíram nosso solo idealizado pelo Imperador Dom Pedro II, arquitetado pelo Major Júlio Frederico Koeler, mas construído com a força de trabalho de muitos imigrantes, escravos e ex-escravos.
O conhecimento por si só é um excelente caminho, mas o conhecimento que nos traz explicações sobre como as coisas são nos dias atuais é um conhecimento que gera mudança. Petrópolis tem muito a nos ensinar sobre a história do Brasil como um todo e deve ser explorada ao máximo pelos seus moradores, que afinal, são parte integrante de sua história.