Ano novo, ônibus velho: continua tudo igual para o usuário de transporte público
Na vida do usuário de ônibus público urbano de Petrópolis, a esperança por dias melhores terminou nas primeiras horas do primeiro dia útil de 2024. O ano é novo, mas os ônibus continuam os velhos de sempre. Nos dias iniciais deste ano foram dezenas de relatos de veículos da Petro Ita e Cascatinha deixando a população na mão com atrasos e quebras. Os ônibus dessas empresas já eram deficientes mesmo antes do incêndio, em maio, e tudo só piorou nestes oito meses do caso ainda não esclarecido.
Os brabos
Na terça-feira, em redes sociais o prefeito, falando brabo, anunciou o retorno do ônibus executivo de Araras que tinha sido suprimido pela Turp. Fez discurso, falando grosso e dizendo que a prática não será admitida. Tava com o presidente da Câmara de Vereadores, Junior Coruja, ao lado, que ainda disse: “valeu a pena nosso esforço, nossa força de vontade em cima dessa empresa”. Os usuários queriam a mesma brabeza em cima da Petro Ita e Cascatinha, mas sobre isso nem eles, nem o presidente da CPTrans, Thiago Damaceno, falaram nada.
Definitivo
Já vai fazer três meses, agora no dia 16, que a linha 464 – Nelson Roncoroni via Eugênio Werneck, no Morin, de responsabilidade da Petro Ita está sendo operada por uma van depois que o ônibus que fazia o trajeto, sem freios, ‘parou’ em um muro com 40 passageiros a bordo. São três meses com o paliativo que também tem reclamações dos usuários porque seria em sistema sobe e desce e a van tem circulado a cada 30 ou 40 minutos. Mas, sobre isso o prefeito também não falou nada, não.
Contagem
E Petrópolis está há 247 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
The Flash
Ano passado, para se darem aumento, os vereadores votaram um acréscimo na lei que reajustou os vencimentos dos funcionários da Câmara dois meses depois. E ainda fizeram da seguinte forma: leram apenas o número do projeto de lei no plenário e não mencionaram o teor dele. Votaram de forma relâmpago, aprovando por unanimidade, com a esperança de que ninguém notasse. Pois os Partisans notaram e deduramos.
Boa tentativa
Este ano, usaram uma outra ‘manobra’ pra ver se passava despercebido: aumentaram o deles junto com o dos funcionários, mas no texto do projeto se mencionaram como ‘agentes políticos’ e falaram em ‘subsídio’ ao invés de ‘vencimentos’ para poderem ser abrangidos com reajuste e com a expectativa de ninguém notar. Pois notamos e deduramos também ontem que os vencimentos subiram para R$ 13.732. Não adiantou fazer a linha Joselino Barbacena da Escolinha do Professor Raimundo. Mas foi boa a tentativa.
E o concurso?
Falando nisso, o reajuste vale para os vereadores e também para os funcionários. São apenas 25 concursados e 172 cargos em comissão, que são de livre nomeação dos parlamentares. Tem cargos que têm mais de R$ 11 mil de remuneração, inclusive. Mas a atual legislatura, assim como as demais, empurra com a barriga o concurso. Por enquanto só formaram uma comissão para ‘estudar’ o concurso. Tão estudando deste setembro.
Redução de cargos
Mas, porque os vereadores enrolam tanto com este concurso? Porque além dos cargos em seus gabinetes eles nomeiam livremente indicados para funções administrativas da casa. Inclusive os vereadores que são da Mesa Diretora tem direito a mais cargos, por isso se matam nesta disputa. Quando o concurso sair, se for de acordo com o que o Ministério Público deseja, cada vereador terá apenas oito cargos e passa a mão no toco.
Comparação
E depois que falamos do salário dos vereadores o pessoal perguntou como são os vencimentos no executivo. O salário de prefeito hoje é de R$ 14.784,00 e o de vice está em R$ 11. 354,11. Observem que o prefeito Bomtempo recebe 7% mais do que um vereador. Seria injusto? Ou tá caro para ambos os casos?
Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br