Antes da corrida, aqueça direito

O que é melhor antes da corrida? Alongamento ou aquecimento? Com meus 52 anos de corrida e mais de 20 em academia, posso afirmar que o aquecimento é de longe o mais importante, até porque alongamento e aquecimento não têm os mesmos objetivos.

O aquecimento deve ser feito com a própria atividade que vai praticar e as características da prova. Uma prova como a do trabalhador na quarta-feira passada em Petrópolis, que começa numa ladeira de 5% de inclinação e extensão de 450 metros, o aquecimento tem que ser bem específico para não dar de “cara no muro” logo na largada. O corredor aquece trotando, o futebolista batendo bola, o nadador nadando.

O aquecimento deve ser adequado ao perfil do corredor desde o iniciante ao avançado. O iniciante dá pequenos trotes e o avançado aquece mais tempo, de tal forma que esteja já suando na hora da largada. Haja vista os atletas de elite. Dessa forma, o aporte sanguíneo encontra-se reorganizado com um fluxo de sangue maior nos grupos musculares que serão utilizados e vem daí a premissa que o aquecimento é feito com a própria atividade pretendida. O fluxo sanguíneo aumentado favorece de imediato as vias metabólicas que serão utilizadas, diminuindo as chances de acúmulo de lactato logo nos primeiros quilômetros, que deixa o corredor “travado”. As fibras musculares ficam lubrificadas, mais elásticas com menos atrito, diminuindo as chances de lesões. As trocas metabólicas sem dúvida nenhuma se processam melhor e com mais rapidez com a temperatura corporal aumentada, que é outra vantagem do aquecimento. Qualquer um de nós corredores, em algum momento na vida já experimentou sensações ruins por falta de aquecimento adequado.

Portanto, o aquecimento antes de qualquer prova ou treino É MAIS IMPORTANTE que o alongamento, que é específico para outras provas como saltos, arremessos e a ginástica Olímpica. Nesse caso, os dois procedimentos assumem igual importância, porque o atleta precisa de toda amplitude do movimento.

**Literatura Sugerida: Santiesteban, José Ramón Guerra, et al. Considerações metodológicas para a realização do aquecimento desportivo, (2015).