Ao final de dois anos de governo

23/12/2018 07:00

Chegamos ao final do segundo ano de governo de Bernardo Rossi. Uma primeira questão se impõe: tivemos algum avanço, alguma intervenção pontual modificativa da estagnação econômica por que passa o Município há vários anos? A resposta é "não".

Segundo o governo, a herança de dívidas deixada pelo governo anterior não permitiu qualquer avanço. A bem da verdade, esta justificativa tola só serve para iludir e continuar a tentar enganar os munícipes. Faltou gestão, faltou criatividade, faltou competência e as más escolhas para postos chaves e de confiança se mostraram como o esperado, ou seja, de uma total fraqueza e despreparo.

Estamos em pleno "Natal Imperial" conduzido amadoristicamente (veja como exemplo a árvore de natal da Praça da Liberdade, estourada em todos os prazos), com contratações duvidosas e por preços exorbitantes (o palco de madeira compensada na Praça Dom Pedro, por um custo de 327 mil reais é mais um exemplo), muito acima dos praticados pelo mercado. Como disse e repito, todas as contratações levadas a efeito para a realização do "Natal Imperial " estão com seus preços com muita gordura. Como se diz: tem gente na Prefeitura que acredita na "Fadinha do Botox". 

Alguns editais publicados e depois anulados com suas licitações canceladas ( aluguel por um ano de 4 ambulâncias por 1 milhão 817 mil, aluguel de 209 impressoras a um custo de 981 mil também por um ano, preços totalmente fora da realidade) mostram bem o estado de como estão sendo feitas as compras no Município. Estamos tendo uma administração no mínimo confusa para ser complacente, mas todos sabem que não é só "confusão ".

Em um "Natal Imperial", onde fica desnudada nossa incompetência local, fica o exemplo de tudo o que vem acontecendo nesta Cidade há 2 anos. Mas as coisas não param por aí: temos uma empresa que explora o estacionamento rotativo (o mais caro do Rio) a qual se autoatribui poder de polícia, para multar cidadãos de forma ilegal e abusiva (poder de polícia é intransferível do poder público para o particular) e nossos vereadores silentes e concordes com esta situação, não tomam nenhuma atitude para coibir os desmandos desta empresa, protegida e apaniguada da prefeitura e que absurdamente e sem qualquer cerimônia, estende a seu bel prazer, o horário de arrecadação no período de festas, com anuência do Prefeito.

A Cidade continua esburacada, apesar da tentativa (com muitas fotos enviadas pela comunicação do Prefeito para a imprensa) de tampar os buracos e asfaltar algumas ruas. Isto representa pouca coisa em face da necessidade do Município. Aliás foi mais um grande factóide do que uma ação efetiva e continuada. A Cidade continua suja, com coleta de lixo irregular, que voltou a apresentar os mesmos problemas do início da gestão, e por oportuno, não podemos esquecer que a capina (quase inexistente) nas ruas está abaixo da crítica. 

As empresas de ônibus fazem o que querem na Cidade e a CPTrans, preocupada com experiências de trânsito, (agora querem fazer um corredor no Alto da Serra, experiência como as anteriores que já sabemos de antemão não vai dar certo) não faz a fiscalização que é uma de suas principais atribuições.

Não houve correções de perdas salariais do funcionalismo publico, tampouco melhoras no quadro da saúde e da educação. Estas duas últimas mereceriam um artigo à parte, que oportunamente escreverei.

Uma Cidade que tem tudo para dar certo, que tem um nome internacional, que se vende por si, consegue ser puxada para o andar de baixo, por vaidades e incompetências. Isto é, no mínimo, lamentável e de triste constatação. Como petropolitano de coração e que ama esta Cidade, me sinto triste como um cidadão.


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