Apagão do feriadão deu o tom do verão 2024
Prestes a ter sua concessão vencendo em 2025, a Enel não corresponde ao que o usuário paga em conta de luz. Os temporais significam na cidade quedas de árvores e postes, raios nas fiações, defeitos em transformadores e por aí vai. A prevenção deve ser feita, evidente, mas ela não evitaria todos os incidentes. E aí que entra o problema da Enel: a demora na reposta em restabelecer a energia. Quem tem gerador conseguiu segurar por 24 horas, por exemplo, mas depois muitos desistiram de funcionar, no caso de estabelecimentos comerciais. Até mesmo o Museu Imperial, depois de um dia todo sem luz, suspendeu a visitação no domingo na hora do almoço.
Sem transparência
A gente observa a total falta de transparência da empresa em lidar com o problema. Em nota domingo à noite, a empresa informou que “84% dos clientes afetados pela intensa tempestade registrada na noite de ontem (sábado) tiveram o serviço normalizado”. Tá, mas 84% de quanto? E a empresa ainda engloba neste percentual Niterói, São Gonçalo, Saquarema e Maricá. Assim, ninguém sabe, especificamente, qual foi o público afetado em cada uma.
Prejuízos e desconforto
Mas não tinha outro assunto no final de semana e eram informações de todas as partes da cidade. Por alto, pelo menos 30 mil ligações tiveram algum período de interrupção na cidade. Teve gente que perdeu tudo na geladeira, hotéis em que os hóspedes foram embora. O paciente que depende de insulina teve que se virar em isopor e gelo, por exemplo. Uma pousada em Corrêas funcionou 20 horas no gerador, consumiu 100 litros de diesel e acumulou prejuízo de R$ 600. Restaurantes sem ter como funcionar e sem geradores, suspenderam o funcionamento.
E nada adianta
No domingo, a 2ª Promotoria de Justiça de Petrópolis requisitou que a Enel desse, em quatro horas, informações a falta de luz na cidade. Já teve reunião de empresários com a empresa, audiência pública na Câmara de Vereadores e nada muda o cenário da falta de uma resposta imediata no restabelecimento de luz.
Será que agora vai?
A situação da Escola Paroquial São José do Caetitu é emblemática. A escola foi fechada em 2016 porque o prédio tinha risco – isso depois de anos de a comunidade pedindo uma providência. Em 2019, foi iniciada uma reforma que não andava. Em 2021, deu até uma acelerada, mas a empreiteira desistiu. Agora, a prefeitura contratou uma nova empresa, por R$ 1,6 milhões para fazer a recuperação da unidade no prazo de seis meses. Desde o fechamento, as crianças estão estudando na Escola Municipal Quinta do Lago, em Bonsucesso.
Vai rolar um emergencial?
A CPTrans tentou licitar, no dia 07, uma empresa que fornecesse mão de obra, no caso , operadores e inspetores de tráfego. Mas o certame foi fracassado, ninguém apareceu. Uma nova tentativa será feita agora no dia 24 com previsão de gasto de R$ 1,8 milhão. E se a meta é ter gente orientando o trânsito em função dos festejos de Natal, que começam no dia 30, vai ser em cima da hora. Se fracassar de novo será que vão arriscar um emergencial? Mas, talvez nem precise, porque do jeito que a decoração, iluminação e programação de Natal estão sendo executadas capaz de nem dar movimento.
Contagem
E Petrópolis está há 194 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Celeridade
A gente disse aqui que a prefeitura só tomou providências sobre a falta d’água em Madame Machado depois que os moradores promoveram uma manifestação fechando a Estrada Philúvio Cerqueira. Isso depois de mais de três dias sem abastecimento. Só então o Procon pediu explicações à concessionária Águas do Imperador. Hoje, o Procon vai estar lá orientando as pessoas a entrarem com ações pedindo indenização, que podem chegar, segundo disse o coordenador do órgão Fafá Badia, a R$ 4 mil. A gente concorda com ele que é preciso fazer doer no bolso das concessionárias, mas a gente ainda acha que prefeitura tem que chegar junto rápido. Se não fosse a manifestação quando chegaria o socorro?
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