17/maio 08:47
O primeiro dia de mudança no transporte público do município foi motivo de comemoração para passageiros que dependiam dos coletivos da viação Cascatinha. Apesar disso, nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (16), a falta de informações e alguns problemas foram registrados.
O anúncio da Prefeitura sobre a mudança foi realizado somente às 20h de quarta (15). Desta forma, alguns passageiros ainda ficaram perdidos sobre como seria a nova operação. Além disso, a publicação com os novos horários e linhas só foi feita no site da Prefeitura perto de 23h. Com isso, alguns passageiros ficaram perdidos nos primeiros horários, principalmente na Estrada da Saudade, onde algumas comunidades terão que utilizar dois coletivos para chegar até o Centro.
Por lei municipal de 2023, a alteração no horário das linhas deveria ter sido feita com aviso prévio de sete dias.
No entanto, para quem ficava o dia inteiro sem ônibus, isso não foi um grande problema. A psicóloga Carla Azevedo utiliza a linha para o Vale dos Esquilos. Agora, com a chegada da Turp, ela espera uma melhora na qualidade do serviço. No bairro, até mesmo a saída de um casamento foi dificultada pela quebra de um ônibus da Cascatinha.
“Estava uma situação muito ruim para todos. A gente ficava esperando o ônibus, contava com o horário e não tinha. Ficava, às vezes, o dia inteiro sem ônibus. A expectativa é que melhore”, disse a passageira.
A Cidade das Hortênsias assumiu a operação das linhas do corredor da Estrada da Saudade. A linha 326 – Boa Vista terá o ponto final no Bosque do Imperador. As demais (Ventura, Fragoso, Monte Florido, Luiz Pelegrini, Alto Boa Vista, Veridiano Félix e Montese) serão atendidas por micro-ônibus em sistema “sobe-desce” até o corredor principal, onde também terá a opção de uma nova linha, a 380 – Estrada da Saudade, com ponto final na Rua Caldas Vianas.
A Turp assumiu todas as linhas do corredor Retiro. São elas: Jardim Salvador, Roseiral, Vale dos Esquilos, Atílio Marotti, Quarteirão Braisleiro, Max Manoel Molter e João de Deus. Todas terão embarque e desembarque no Terminal Centro.
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Do outro lado do Terminal Centro, passageiros da Petro Ita viam com esperança a retirada da Cascatinha. Até então, o governo municipal dizia que não poderia tomar atitudes contra a má prestação de serviço das viações, pois a questão estava judicializada. Mas, a mudança na postura nesta semana, acende uma luz no fim do túnel.
“A situação da Petro Ita no Meio da Serra está péssima. São seis carros na linha e tem dias que só estão rodando dois. A gente chega na rodoviária e fica até mesmo uma hora esperando o ônibus. E aí, ou você vai no ônibus cheio igual sardinha em lata, ou fica esperando outro. Espero que aconteça a mesma coisa com a Petro Ita”, reclamou a jornalista Natália Rodrigues.
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Rodoviários fazem manifestação
Apesar da comemoração dos passageiros, rodoviários da Cascatinha estão preocupados com os direitos trabalhistas da categoria. Ao todo, são mais de 100 trabalhadores, que aguardam uma nova reunião nesta sexta-feira (17), na sede da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans).
Segundo o Sindicato dos Rodoviários, a categoria foi pega de surpresa pelo anúncio da Prefeitura. Desde a primeira tentativa de retirada da Cascatinha, por ordem judicial, que o governo municipal tem tido um distanciamento dos trabalhadores, que não foram lembrados na petição feita à Justiça. Apenas em audiência e, posteriormente em uma reunião, a gestão se comprometeu a garantir os direitos trabalhistas.
Cascatinha tenta operar
Mesmo com a decisão do município, a viação Cascatinha ainda tentou operar as linhas na manhã desta quinta. A garagem da empresa chegou a registrar a presença da Polícia Militar nas primeiras horas da madrugada e os ônibus que saíram foram parados na Rua Souza Franco, no Centro, também com apoio da Guarda Civil Municipal e de agentes policiais.
A Tribuna de Petrópolis não conseguiu retorno da Prefeitura e das empresas de ônibus.
Logo após o anúncio do governo municipal, o Setranspetro havia informado que o departamento jurídico analisava o teor dos documentos e destacou a obrigação legal de transmitir e cumprir toda e qualquer decisão oficial do poder concedente.