Aplicativos de ginástica são aliados para não ficar parado

21/02/2021 07:05
Por Ana Lourenço e Renata Mesquita / Estadão

O medo gerado pelo coronavírus fez com que muitas pessoas deixassem de frequentar as academias, mesmo quando elas voltaram a abrir, no ano passado. Para não ficarem paradas, muitas optaram por treinar em casa com a ajuda da internet. Na era das lives, diversos conteúdos fitness foram feitos por usuários que não necessariamente tinham um estudo por trás, como blogueiras. Por isso, os aplicativos de exercícios, criados por educadores físicos e academias, são os ideais para ajudar qualquer um que queira se movimentar durante o isolamento.

Um dos maiores perigos, no entanto, é o risco de lesões por falta de experiência ou domínio dos movimentos. Afinal, é da natureza do corpo querer fazer um tipo de exercício mais fácil do que o certo, que exige mais força. “É um tanto perigoso para pessoas que estão começando pela primeira vez a fazer exercícios, sedentárias, ou leigas. Há o risco de a pessoa querer experimentar algo além da capacidade dela, afinal não tem ninguém instruindo ou monitorando”, pontua a personal trainer e professora da academia BodyTech Fabiane Miguel Soares. Uma opção é dar preferência aos aplicativos com vídeos e ver, com clareza, a execução de cada um dos movimentos.

“Todos os exercícios têm opções de adaptação”, lembra Juliana Bissoli, personal trainer e professora da academia All Fitness Presential.

Se o aplicativo não traz outras opções, vale uma pesquisa no YouTube para ver adaptações de movimentos para trabalhar o corpo sem forçar uma área com limitações. “É muito importante respeitar seu corpo para não se machucar. Deu fadiga, fisgou um músculo? Simplesmente pare. Você não deve insistir”, esclarece Fabiane.

É importante lembrar também de dar atenção aos questionamentos iniciais dos aplicativos: nível de condicionamento físico, idade, áreas fortes, etc. “Não adianta colocar nível avançado para gastar mais calorias. Se você é iniciante, tem que saber que vai crescer aos pouquinhos”, conta Juliana.

O mesmo vale para o tempo disponível. “Não adianta colocar uma meta intangível, um pouco todo dia já é maravilhoso”, diz Fabiane.

Antes de qualquer treinamento, faça um aquecimento. “Nunca comece frio. As articulações precisam estar aquecidas”, ensina a professora da BodyTech.

No final de cada treino, o alongamento é essencial. Caso o aplicativo escolhido não dê essa opção, existem apps próprios para isso, como o Alongamento e Flexibilidade e o Alongamento Completo. Ambos gratuitos para iOS e Android.

Outro cuidado se dá em relação ao espaço disponível. Uma regra básica usada para garantir espaço suficiente é ficar em pé no local de treino com os braços abertos. Dê um giro de 360°. Se você não bateu em nenhum móvel ou parede, o espaço é suficiente. Caso possa investir em pelo menos um equipamento para o treino em casa, indicamos o colchonete ou tapete de ioga para não fazer os exercícios no piso. O sofá ou cama não dão o apoio necessário para manter a postura.

É interessante que a pessoa intercale o tipo de treino. “Se você corre todos os dias não é legal. Sobrecarrega o tornozelo, o joelho, então é bacana trocar por bike, natação, aula coletiva”, sugere Juliana.

O ideal é se exercitar ao menos três vezes por semana e no máximo seis dias seguidos para garantir a recuperação do corpo com um dia de descanso. Alimente-se ao menos uma hora antes do treino com comidas leves e lembre-se de hidratar-se antes, durante e depois do treino. Quanto ao horário, o ideal é que seja na parte da manhã. “Depende muito de cada um e de cada rotina, mas se possível é interessante que o exercício seja feito durante o período do dia, não muito tarde, porque isso influencia no sono. É essencial que a pessoa aprenda a adicionar o treino na sua rotina de home office”, diz a personal trainer.

Testamos vários aplicativos disponíveis no mercado para saber quais são as melhores. O resultado você confere na próxima página. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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