Após acidente no Roseiral, bombeiros alertam sobre cuidados com botijões de gás
O botijão de gás é comumente motivo de preocupação da população, por conta dos riscos de acidentes domésticos, principalmente, quando o seu uso é feito de maneira inadequada. Por isso, saber comprar, entender os componentes básicos da instalação, utilização segura e o que fazer em casos de incidentes, é, de certa forma, algo que pode evitar problemas extremos e até salvar vidas.
Para o tenente-coronel Gil Kempers, do 15º Grupamento de Bombeiros Militar, é importante que a população tenha conhecimento e coloque em prática todas as dicas de manuseio do produto. “Tudo começa durante a compra do recipiente. No caso, o cliente deve observar se no corpo do botijão de gás, além do regulador de pressão e mangueira, estão a marca da distribuidora, certificação do Inmetro e o prazo de validade. Caso contrário, não compre. Além disso, recuse os botijões que estejam sem o lacre da distribuidora na válvula, ou amassados, enferrujados e com as alças soltas”, disse.
Ao levar o produto para casa, outros procedimentos devem ser adotados. “O que mais acontece em várias residências é o armazenamento do botijão em lugares fechados, como armários ou ao lado do fogão, por exemplo. Isso é muito perigoso e requer atenção. Deixe sempre o produto do lado de fora do imóvel, em local arejado, coberto e protegido das intempéries, evitando assim possíveis acidentes. Também é importante ressaltar que não se faz nenhum tipo de extensão na mangueira de gás e o produto deve sempre permanecer na posição vertical, nunca deitado”.
Além de armazenar o botijão a uma distância mínima de um metro e meio de tomadas, interruptores, instalações elétricas, ralos ou grelhas de escoamento de água, os bombeiros também ressaltam que a mangueira nunca deve estar por trás do fogão.
“Isso causa ressecamento e vazamento. Se for necessário alterar a posição de entrada de gás, profissionais credenciados pelo fabricante do fogão devem ser chamados. Outro ponto a destacar é a compra dos produtos como a mangueira e o registro, que devem ser certificados pelo Inmetro, garantindo assim sua espessura, durabilidade e flexibilidade durante o uso”, explicou.
Segundo o comandante, as falhas mais comuns para os possíveis acidentes são durante a instalação, e, também, a abertura do registro de gás, mesmo em momentos em que o fogão não está sendo usado.
“O maior índice é constatado no momento da troca do botijão, quando as pessoas não percebem o vazamento. Para esse problema é simples. Basta fazer uma espuma com água e sabão, e, utilizando uma esponja, passar em volta do registro. Em caso de formação de bolhas, certamente o produto está com problema de vazamento. Por fim, um dos maiores e mais comuns, é que as pessoas estão com o hábito de não fechar o sistema de gás após sua utilização. Em muitos casos, crianças esbarram nos botões do fogão, provocando o escapamento de gás”, completou.
Vazamentos e primeiros socorros
Em caso de suspeita de vazamento de gás, o Corpo de Bombeiros alerta que o primeiro passo é fechar o registro para estancar o vazamento. “Em seguida, abra portas e janelas, alerte e afaste as pessoas do local. Vale lembrar que, em hipótese alguma, interruptores de eletricidade podem ser acionados ou fósforos e isqueiros acesos. Em seguida, o botijão deve ser retirado e levado para um local aberto, ventilado e longe de fonte de ignição”, detalhou Gil Kempers.
Já em casos de fogo, é necessário acionar imediatamente as equipes de socorro. “As pessoas precisam ligar rapidamente para o Corpo de Bombeiros, pelo 193. Nenhuma pessoa deve permanecer no local em que o problema está acontecendo. Se possível, também aconselhamos a utilização de extintor de incêndio de pó químico seco para apagar as chamas”.
Entretanto, em casos em que há queimaduras, a ação deve ser rápida e objetiva. “As queimaduras geralmente são de primeiro e segundo grau. Diante disso, aconselhamos que a vítima lave a área queimada em água corrente e seja conduzida o mais depressa para uma unidade de saúde, que vai adotar todos os procedimentos necessários”, concluiu.
Incêndio no Roseiral
Continua internado no Hospital Unimed São Lucas, no Bingen, o aposentado José Raposo Resende Neto, de 75 anos. O idoso teve quase 90% do corpo queimado na tarde do último domingo, em decorrência de um incêndio causado por escapamento de gás, em uma casa, no Roseiral. Outras três pessoas da família – Graziela Raposo, de 49 anos; Rogério Dantas Cafiero, de 54 anos e Andreza Picoli, de 40 anos – também ficaram feridas.
O Corpo de Bombeiros foi acionado pela família, mas quando chegou ao local, as chamas já estavam controladas. As vítimas estavam reunidas na cobertura da casa de três andares, quando o fogo se alastrou. Parte da área de lazer da casa foi destruída pelo fogo.
Graziela teve queimaduras no rosto e está em casa. Rogério foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e está internado no Hospital Santa Teresa (HST). A divulgação de seu estado de saúde não foi autorizado pela família. Já Andreza Picoli foi transferida para o Hospital Alcides Carneiro. Segundo a Prefeitura, ela apresenta quadro estável e segue sendo medicada pelos profissionais e passa por procedimentos para tratamento do quadro clínico. Enquanto isso, José Raposo continua internado no Hospital Unimed, e, de acordo com a esposa, a qualquer momento será transferido para um hospital especializado em queimados, na capital.
Semana de Prevenção
O 15º GBM se prepara para receber a Semana de Prevenção, prevista para acontecer no mês de julho, em Petrópolis. A programação que vai contar com aulas teóricas e práticas, vai tratar diferentes temas, como acidentes domésticos. As inscrições para as palestras serão liberadas a partir do próximo mês para qualquer cidadão. Todos os participantes ganharão um certificado.