Após cancelamentos, músico da Tribo de Gonzaga propõe evento na Praça da Liberdade
Após o cancelamento do evento intitulado Carnaval da Liberdade na Praça de Nogueira, com o apoio do Sesc, e o veto ao show que seria realizado na última segunda-feira (4) em espaço privado, o líder da banda petropolitana Tribo de Gonzaga, Toni Magdalena, anunciou que vai propor ao governo municipal e à Justiça a realização de um evento no próximo dia 15 na Praça da Liberdade. Ainda frustrado com os desdobramentos por conta das determinações judiciais menos de uma semana antes do início do Carnaval, ele lamentou que a população tenha ficado praticamente sem opções de diversão na cidade e antecipou a criação de um Fórum de Cultura que servirá de palco para a discussão sobre a realização de eventos no município.
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Toni lembrou que as exigências judiciais em relação às autorizações dos órgãos competentes são pertinentes e devem, de fato, ser cumpridas, para garantia da segurança não apenas dos que organizam os eventos, mas também do público que prestigia as realizações. “O impedimento não foi infundado. O problema é que há anos gestores e organizadores de evento não fazem a legalização de forma correta. Tudo isso poderia ter sido evitado se, no início do ano, o governo tivesse chamado os responsáveis por blocos e eventos e orientado sobre os procedimentos que deveriam ter sido adotados. Há sete anos promovo o Carnaval da Liberdade e sempre atuei de forma regular, com todas as autorizações necessárias”, frisou, lembrando que a decisão de não realizar o evento na Praça de Nogueira foi do Sesc, que manifestou preocupação com o cancelamento de outros eventos inicialmente previstos na cidade, o que poderia aumentar significativamente o movimento previsto na Praça de Nogueira.
Após o cancelamento do evento, anunciado na sexta-feira, a Tribo de Gonzaga anunciou um show, na segunda-feira, no Estúdio Aldeia, mas o grupo foi impedido pela Polícia Militar de promover o evento, por conta da inexistência de autorização judicial, conforme definido em audiência na 4ª Vara Cível na segunda-feira antes do Carnaval. “Na semana passada estávamos certos que manteríamos o Estúdio Aldeia fechado, mas, com as mudanças, pensamos em fazer o show no estúdio. Também alugamos o espaço para um evento comunitário organizado por uma moradora da Praça Pasteur. Tudo acabou vetado”, explicou.
Toni lembrou que o cancelamento dos eventos que seriam realizados na cidade em cima da hora prejudicou não apenas os artistas, como também muitos ambulantes que contavam em garantir uma renda extra. “Vi uma pessoa que trabalharia em Nogueira chorar porque investiu quase R$ 1 mil para atender o público. São coisas que envolvem muita gente. É preciso bom senso”, frisou.
Apenas quatro blocos desfilaram
Sem escolas de samba e com apenas quatro blocos autorizados a ir às ruas, muitos petropolitanos acabaram passando o Carnaval em casa. “Nunca vi a cidade tão vazia, tão triste no Carnaval. A homenagem da Vila Isabel a Petrópolis foi linda, mas veio em um momento muito ruim. O povo, neste ano, não teve a chance de se divertir, de curtir a festa”, lamentou a costureira Tânia Maria Aguiar, que costumava aproveitar a programação dos blocos pela cidade.
Representantes do bloco Acadêmicos do Indaiá se manifestaram publicamente em meio ao carnaval, repudiando a proibição de realizar a tradicional festa na praça João Augusto Borba. “As peças de nossa bateria mudas mostrarão nosso luto”, frisou a diretoria , mostrando uma flâmula com o texto “Entre tantas festas, porque não o nosso Carnaval?”, deixando claro que a polêmica ainda está longe do fim.