Após fim de semana, Black Friday divide opiniões

28/11/2016 18:35

Longe ainda de ser o que é o Black Friday nos Estados Unidos, onde nasceu o movimento, a liquidação em Petrópolis (assim como no Brasil) foi febre entre os consumidores, que enfrentaram longas filas em busca de economia. Algumas lojas funcionaram já na madrugada de quinta (24) para sexta-feira (25). Outras lançaram a promoção como “black week” e até “black november”, na intenção de estender durante a semana ou o mês inteiro o período dos descontos, que em princípio existiriam só na sexta. De uma maneira ou de outra, após o “fim de semana negro”, o evento promocional divide opiniões entre os consumidores que acham que vale a pena e os que acham que é uma “enrolação”, entre os comerciantes que tiveram um saldo positivo e os que tiveram expectativas frustradas.

De acordo com o Serasa, as vendas do varejo no último fim de semana (25 a 27), cresceram 11% em comparação com a mesma data de 2015. O resultado superou os 9% de aumento nas vendas no ano passado em comparação com 2014 registrado pela Serasa Experian. Apesar disso, em Petrópolis, houve lojas do ramo de vestuário que registraram número de vendas inferior ao do ano passado. “Acredito seja porque as pessoas ficam muito focadas nas promoções de eletrodomésticos e acabam não vendo as promoções de roupas”, disse George Aguiar, de 33 anos, gerente da loja South, que vendeu menos esse ano do que no ano passado, apesar de estar oferecendo descontos de até 80%. A South é uma das lojas que não se restringiu à sexta-feira, mas vai permanecer em promoção até que acabem os estoques.

Para George, que também é consumidor, as grandes lojas de eletrodomésticos não praticam descontos verdadeiros. “Eles aumentam os preços nas vésperas para depois voltar aos preços originais na Black Friday, dizendo que é promoção”. De acordo com o lojista, um casal de clientes que mora nos Estados Unidos simplesmente riu do Black Friday brasileiro ao visitar Petrópolis no último fim de semana. “Aqui não tem desconto de verdade”, disse.

Outros comerciantes já tem uma perspectiva mais otimista e acham o “dia negro de promoções” bom para o comércio, tendo em vista o período de crise econômica. “É bom porque as pessoas vão para a rua. E os produtos que colocamos em promoção atraem os clientes para a loja, que acabam comprando outras coisas. O Black Friday aqueceu um pouco o mercado, sim”, disse a sub-gerente da loja Precinho Camarada, Célia Choralick.

Houve ainda os clientes que até quiseram comprar, mas não conseguiram por já estarem endividados. O Sindicato de Comércio Varejista de Petrópolis teve registros de lojas em que o consumidor enfrentou a muvuca e as filas, mas na hora de pagar no caixa, o cartão não aprovou a compra. 

Para o presidente do sindicato, Marcelo Fiorini, o Black Friday ainda é algo novo no Brasil e que as lojas estão aderindo aos poucos. Mas “se continuar crescendo assim, a tendência é que vire uma das principais datas comerciais, como o Dia das Mães e Natal”, disse.


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