Após manifestação, ônibus volta à Bartolomeu de Gusmão

25/04/2017 19:15

Cerca de 20 moradores da Rua Bartolomeu de Gusmão, no Centro, pararam o micro-ônibus que atende a comunidade por volta das 17h, ontem, em protesto pela retomada do antigo itinerário da linha. Desde o dia 27 de março o veículo não atende os últimos 200 metros da rua. A mudança foi autorizada pela Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), que considerou que o trecho não é seguro para a manobra do ônibus e que a extensão da linha, inaugurada em agosto do ano passado, foi feita de forma eleitoreira. 

Os moradores, entre eles crianças, grávidas, idosos e deficientes,  dizem que o ônibus está fazendo muita falta. “Eles afirmam que os motoristas têm dificuldades para manobrar e subir a ladeira. Dizem ainda que o asfalto não é adequado e que não há espaço. Mas é só vir aqui para perceber que existe viradouro para o coletivo, e que o asfalto, apesar de não ser dos melhores, está melhor do que em muitas outras regiões. Já a CPTrans diz que não precisa realizar nenhuma obra no local pois está tudo em ordem e o ônibus pode rodar. Fizemos um abaixo assinado e exigimos o serviço de volta. Queremos inclusive que todos os horários sejam respeitados”, desabafou Márcio Xavier, que vive há mais de 40 anos no bairro.

Caminhões de coleta de lixo, material de construção, escavadeiras, entre outros sobem normalmente a ladeira apontada pela empresa de ônibus como imprópria. “Como veículos de grande porte conseguem atender perfeitamente o bairro e os coletivos não?”, questionou Marcos.

Para a também moradora Márcia Gomes, o cancelamento do serviço é falta de respeito. “Pagamos nossos impostos, mas não somos atendidos adequadamente. É um descaso. Estamos sendo ignorados pelo poder público e empresas de ônibus”, concluiu, desanimada.

Pouco depois da manifestação o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Petrópolis (Setranspetro) informou que recebeu um ofício da CPTrans determinando o retorno imediato do atendimento no trecho de extensão da linha e garantiu que a determinação seria comprida. Mesmo assim, o Setranspetro e a empresa ressaltaram que continuam questionando a segurança da operação da linha, levando em conta que um trecho precisa ser operado de ré.

A CPTrans informou em nota que  oficiou a retomada do serviço em seis horários distintos para que sejam realizados testes durante o período nesta terça-feira. A companhia, no entanto, já havia solicitado à Cidade Real, responsável pelo serviço no local que o período de testes fosse iniciado no ultimo dia 12, mas a empresa não atendeu. No dia 19, após denúncias de moradores sobre o não cumprimento da determinação, a companhia oficiou a empresa, mas os representantes se recusaram a receber o documento. A CPTrans, em uma tentativa amigável de resolução, enviou mais uma vez o documento, que desta vez foi aceito. A companhia aguarda o cumprimento da norma.

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