Arquitetos e urbanistas de Petrópolis desaconselham pavilhão de R$ 10 milhões no Parque da Ipiranga

09/mar 04:09

A prefeitura vai investir R$ 10,2 milhões em um pavilhão, segundo ela desenhado por Oscar Niemeyer, no Parque da Ipiranga. O assunto é polêmico pelo gasto e pelo risco ao meio ambiente. E o Núcleo de Arquitetos e Urbanistas de Petrópolis (NAU), ligado ao Instituto de Arquitetura do Brasil, se pronunciou publicamente sobre o feito. As principais perguntas são: o pavilhão representa mesmo o trabalho de Niemeyer? Vamos conviver com uma edificação difícil de ser ocupada, complexa e cara de ser operada e com enorme impacto negativo ao meio ambiente?

Representa Niemeyer?

Niemeyer teria doado, em 2012,  para a prefeitura, o projeto de um pavilhão que seria usado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. E, em 2022, a prefeitura pediu ao escritório do grande mestre da arquitetura, já falecido, que desenvolvesse a ideia. Segundo o NAU, existe semelhança entre o risco original e o projeto desenvolvido agora, que foi elaborado e assinado mais recentemente por outro arquiteto. O NAU questiona se o pavilhão vai mesmo representar o trabalho de Niemeyer e se é válido nos dias atuais, considerando mais de 20 anos passados.

“Só tem chuchu”, diz prefeitura

Na questão ambiental, o NAU mostra preocupação com uso de concreto e vidro, no condicionamento de ar, a necessidade de construção de extensos muros de contenção e significativa movimentação de terra e canalização de um fluxo de água para formar uma cascata artificial. Já a prefeitura, defende que o local “tem só parreiras de chuchu”. O processo licitatório já foi definido e o contrato para a obra deve estar para ser assinado e iniciar a construção do pavilhão.

A banda Corcel Mágico é uma das atrações hoje da Deguste especial que celebra o dia de São Patrício, padroeiro da Irlanda. O grupo se apresenta às 18h.

Abandono

A Prefeitura, claramente, não que se meter na questão trabalhista dos rodoviários da Cascatinha. Tanto que desmarcou uma reunião com o sindicato da categoria alegando que só é possível uma discussão após a audiência remarcada para o dia 19, quando o Tribunal de Justiça do Estado, define a situação. Abandono é a palavra certa. Pode custar uma eleição, caso não tenham notado.

Usuários sofrendo

Enquanto isso, os usuários sofrem demais. Moradores da Estrada da Saudade não têm mais a quem recorrer. São diárias as reclamações no Fale Conosco da CPTrans sem qualquer retorno ou providência. Lá rola o rodízio de veículos com ônibus de linhas como a 511 Boia Vista sendo deslocados, sem aviso, para atender outros itinerários.  Essa linha, normalmente, tem três carros operando. Quase todo dia, só tem um circulando…

Abrigos tecnológicos

Enquanto isso, sempre à frente do seu tempo, a Câmara de Vereadores aprovou uma indicação para que a prefeitura instale pontos de ônibus tecnológicos com wi-fi, câmeras de monitoramento e painéis interativos que informem as rotas dos coletivos municipais e a previsão do tempo. Os usuários queriam mesmo é que tivessem ônibus…

É difícil de acreditar

Pior é que a indicação deve ser da época – mas votada apenas agora – que a prefeitura pretendia torrar R$ 11 milhões em abrigos tecnológicos. A gente dedurou e eles suspenderam. Mas, os vereadores achando que o projeto ia sair já quiseram garantir uma indicação para pegar uma carona. Porém, só votaram agora com a crise no transporte muito piorada. Era melhor nem ter divulgado isso. Apanham com força nas redes sociais. E ainda disseram que o objetivo é trazer conforto, informação e conectividade aos petropolitanos. Conforto é ter ônibus.

Contagem

E Petrópolis está há 303  dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.

Dá um pulinho no Parque de Exposições em Itaipava hoje, das 10h às 15h, para encontrar um aumigo. Vai estar rolando a feira de adoção da Dog’s Heaven que cuida de 300 animais abandonados. Para adotar é necessário apresentar CPF e carteira de identidade, comprovante de residência e ser maior de 18 anos.

Descida perigosa

Todo mundo fala as subida da serra e os problemas nesta pista com quedas de árvores e inundações no verão. Mas, vamos pensar também na outra pista, a de descida. Tem trechos que são uma buraqueira só e nesta época chuvosa a água e o óleo esparramado pela via têm resultado nas saidinhas de pista a rodo.

Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br

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