As festas religiosas do mundo muçulmano

10/03/2020 15:01

A tradição do Islã, como outras religiões, tem também um calendário de festas. Estas estão espalhadas ao longo de um calendário anual e são de significados muito diversos entre si. Mas é preciso logo afirmar, que este calendário não corresponde às mesmas datas do calendário comum no Ocidente (e também no Brasil), que é o chamado calendário gregoriano. O ano muçulmano segue a lógica lunar e é composto de 354 dias, dividido em 12 meses e semanas de sete dias.

Neste calendário, a sexta-feira tem um destaque especial, embora Mohammed – o fundador do Islã – não tenha prescrito nenhum dia da semana consagrado como é o sábado para os judeus e o domingo para os cristãos. No livro sagrado do Alcorão, a Sura 62,9, porém, prevê: “Ó vós que credes, quando fordes chamados para as preces de sexta-feira, apressai-vos para invocar Deus e deixai o comércio. É melhor para vós. Se soubésseis!”

Por isso a prece de sexta-feira ao meio-dia é tida como o dia da reunião geral obrigatória de oração em comum. Há a possibilidade de nesta oração de sexta-feira haver pregação nas mesquitas, como também em outros dias especiais. A sexta-feira não é, porém, necessariamente um dia livre de trabalho.

Há o costume em países muçulmanos de se poder fazer da sexta-feira o dia de repouso semanal. Fora este dia semanal especial, há 3 tipos de dias especiais no calendário anual muçulmano: as festas ligadas a obrigações religiosas (os chamados cinco pilares da adoração), as festas que lembram datas religiosas do calendário (como o aniversário de Mohammed ou o dia de Ano Novo) e as festas ligadas a questões pessoais (como nascimento ou casamento). Dentre estes tipos de festas, as ligadas às obrigações religiosas são as mais importantes e festejadas em todo o mundo muçulmano (embora possa haver diferença em costumes). Os chamados cinco pilares da adoração são compostos por: profissão de fé, oração cinco vezes ao dia, a ajuda aos necessitados, o jejum no mês de Ramadã e a peregrinação a Meca uma vez na vida. Os dias de festas especiais são ligados aos dois últimos pilares. Assim há a festa do sacrifício das ovelhas, ligada à peregrinação a Meca e a festa da quebra do jejum, que é o encerramento do mês de Ramadã.

A festa de aniversário de Mohammed surgiu com o passar do tempo, mas – embora bastante popular nalgumas regiões – não é comum a todos os muçulmanos. Já a data do início do novo ano é comum ao mundo muçulmano e lembra a saída de Mohammed e seu grupo da cidade de Meca para a cidade de Medina.

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