Associação da Rua Teresa denuncia problemas para entrada de compradores na cidade
A retomada do funcionamento do comércio e a flexibilização das barreiras sanitárias para a entrada de clientes de outros municípios deram um fio de esperança a muitos empresários da cidade, que vêm se desdobrando para resistir aos impactos econômicos da pandemia do coronavírus. No entanto, divergências nas informações prestadas nas barreiras sanitárias parecem ser um empecilho para os negócios. Nessa semana a Associação da Rua Teresa (Arte) denunciou esse desencontro de informações e cobrou mais eficiências no serviço prestado pela prefeitura.
Um dos casos ocorreu com uma moradora do município de Niterói, que informou ter vindo à cidade para fazer compras no polo de modasna última quarta-feira (2). “Eu fui barrada na primeira entrada da cidade. Fui informada de que todas as lojas estavam fechadas, todo o comércio fechado, tudo fechado e que eu só poderia entrar se fosse moradora ou se tivesse alguma reserva de hotel”, relatou a visitante.
Como alternativa, a turista se dirigiu a uma segunda barreira, onde foi informada sobre o formulário que permitiria o acesso a Petrópolis. “Se eu não tivesse tentado uma segunda vez, nem ia entrar na cidade. Simplesmente ia voltar sem poder fazer minhas compras e colaborar com o comércio local. Acho legal ter um controle da entrada, mas a gente poderia ser melhor informado pelos fiscais”, concluiu. Atualmente, as lojas em Petrópolis estão autorizadas a funcionar, em horários diferenciados.
A presidente da Arte, Denise Fiorini lembra todos os esforços para que o polo de moda obtivesse a autorização do governo municipal para receber compradores de fora do município. “Nós realizamos diversas reuniões com a prefeitura para explanar nossas dificuldades e pedir o relaxamento das barreiras para nossos clientes. Mais de 70% do faturamento das lojas do polo vem de compradores de outras cidades. Para que o acesso fosse permitido, elaboramos um ofício onde listamos quais poderiam ser as medidas adotadas para que esse processo fosse feito de forma segura. Mas os funcionários das barreiras não foram bem treinados para orientar os visitantes”, explica.
Segundo a Arte, outros clientes do polo de moda já relataram problemas. Na primeira semana de flexibilização, por exemplo, compradores foram informados de que as compras só poderiam ser feitas em um prazo de duas horas. Mas essa regra não existe.
“As únicas exigências para acessar a Rua Teresa são a apresentação do formulário preenchido e não apresentar alteração da temperatura corporal ou sintomas aparentes da Covid-19. Precisamos que a prefeitura instrua melhor os fiscais para não sermos prejudicados. A Rua está funcionando, precisamos garantir a manutenção dos empregos, as lojas estão seguindo os protocolos de atendimento e a flexibilização foi um direito adquirido em decreto”, pediu Denise.
Os lojistas observam também que a fiscalização tem falhas. Segundo Denise Fiorini, os fiscais permanecem nas barreiras em horário comercial, o que gera filas de carros nas entradas da cidade, causando transtornos e frustração aos que querem acessar o polo. “Nós já recebemos relatos de que a barreira não funciona bem cedo ou durante a noite. Que tipo de fiscalização é essa? O vírus só circula em horário comercial? É preciso reavaliar esse processo para que ele seja eficiente”, cobrou a presidente da Arte.
A prefeitura contesta a informação de que a barreira só funcione em horário comercial e garante que a operação ocorre dia e noite. A prefeitura também afirmou que as denúncias feitas pela Arte demonstram desconhecimento sobre o trabalho realizado nas barreiras sanitárias, e que “esse descontentamento com o controle sanitário demonstra um possível interesse individual, aliado a uma promoção gratuita de descrédito entre a opinião pública de um serviço que, desde o início, se mostrou assertivo e ajudou muito no combate da doença em Petrópolis”.
Barreiras sanitárias
O sistema de controle sanitário continua a funcionar normalmente em Petrópolis, segundo os parâmetros deliberados desde o início da pandemia. O objetivo é reduzir a disseminação da Covid-19 no município.
Petrópolis conta com quatro pontos fixos, no Bingen, Quitandinha, Alto da Serra e Itaipava, além do controle volante. Cerca de 30 agentes, entre técnicos de saúde, guardas civis e funcionários da CPTrans atuam nos pontos de fiscalização. Nos locais é feita a aferição de temperatura e a checagem do motivo da entrada do visitante.
Além de moradores, estão autorizados a entrar na cidade pessoas de outros municípios que tenham preenchido formulário de compras nos polos de moda (veja aqui como obter) ou reservas em hotéis e pousadas de Petrópolis.
Segundo a prefeitura, desde do início da ação, mais de 30 mil veículos tiveram que retornar para as cidades de origem.