Até agora, efeitos decorrentes da greve dos auditores fiscais são pontuais, diz ministro

06/fev 15:44
Por Isadora Duarte e Luiz Araújo / Estadão

O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que até o momento os impactos da greve dos auditores fiscais federais são pontuais na movimentação de cargas no País. “Lógico que não é confortável, mas dentro de toda a problemática, estamos conseguindo administrar. Está demorando mais que a necessidade, mas ao final conseguimos resolver e avançar. Esperamos chegar a um denominador comum e que a greve seja finalizada o quanto antes”, afirmou, ressaltando respeitar a manifestação dos auditores, durante evento de apresentação das ações prioritárias do governo federal para facilitar o escoamento da safra de grãos 2023/2024.

Do lado do setor produtivo, há relatos de aumento no tempo para desembaraço de cargas de trigo importado e para exportação de café solúvel, sobretudo no Porto de Santos.

Na última semana, o presidente do Instituto Brasileiro de Comércio Internacional e Investimentos (IBCI), Welber Barral, apresentou um documento ao Ministério da Fazenda com um diagnóstico sobre o risco de desabastecimento decorrente da paralisação.

Segundo o IBCI e a indústria, as cargas estão levando quatro vezes o tempo normal para o desembaraço nas regiões aduaneiras.

Também presente na coletiva, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, relatou que fará uma visita ainda este mês ao Porto de Santos em uma agenda de dar maior celeridade ao desembaraço das cargas junto aos operadores privados do porto.

A agenda tende a ser acompanhada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, e por Costa Filho.

Fávaro citou relatos do setor de algodão de demora de até 25 dias para embarques das cargas no Porto de Santos, enquanto a média de desembaraço sanitário do Ministério da Agricultura é de sete dias. “99% das exportações de algodão são canal verde, ou seja, não passam por nenhum tipo de fiscalização, e 1% são amostragem aleatória na parte documental, sem necessidade de abertura da carga. Então, não é a receita que atrapalha esse desembarque. Essa dificuldade do setor de algodão está junto ao setor privado”, acrescentou, citando medidas a serem adotadas junto aos operadores privados para suportar o elevado volume escoado.

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