Atriz brasileira Gi Grigio estreia remake de ‘Rebelde’ na Netflix
Nesta quarta-feira (5), a Netflix estreia a primeira temporada da série Rebelde, inspirada na novela mexicana que fez sucesso no Brasil nos anos 2000, quando foi exibida pelo SBT. Desta vez, a produção conta com um nome brasileiro no elenco, a atriz Gi Grigio, que já passou por produções como Chiquititas, em 2013, vivendo Mili, e esteve em Malhação: Viva a Diferença e As Five. Na nova versão de Rebelde, ela dá vida a Emília, uma das estudantes do famoso colégio Elite Way School (EWS).
Emília é uma brasileira que está no México estudando na mesma escola que formou as estrelas da música pop internacional, o grupo RBD. “Ela é muito determinada, dedicada, tem sonhos muito grandes e acho que ela enxerga o fato de estar no Elite Way School como uma oportunidade única na vida dela”, conta Gi, em entrevista por vídeo ao Estadão.
A nova história da Netflix não é um remake – ela se passa alguns anos depois que o RBD estourou. Todas as personagens são novas, com exceção da diretora da escola que é a ex-aluna Celina Ferrer, vivida mais uma vez pela atriz Estefanía Villarreal. No entanto, os antigos personagens estão por ali, rondando, na memória dos novos estudantes da EWS, que também sonham em ser grandes artistas da música.
“De alguma forma a gente se sente mais próximo. Eu lembro da Giovana criança pensando ‘ai meu deus, a Lupita (Maite Perroni)’, então imagino que a Emília quando era mais novinha também deveria pensar na Mia, sinto que acaba aproximando o público dos personagens”, diz a atriz.
Além de Gi e Estefanía, estão no elenco da nova Rebelde nomes como Andrea Chaparro como M.J., Sergio Mayer Mori interpretando Esteban, Jeronimo Cantillo como Dixon, Azul Guaita Bracamonte como Jana, Lizeth Selene como Andi, Franco Masini como Luka, Alejandro Puente como Sebas.
Na conversa com o Estadão, Gi fala sobre expectativas para a temporada, como foi se mudar para o México para gravar a série durante a pandemia e defende sua personagem que tem um quê de vilã, mas que ela garante ser só um dos lados da menina. “A gente consegue ver os lados bom e ruim dela o tempo todo porque ela é intensa”, afirma. Abaixo trechos da entrevista.
Quem é Emília?
A Emília estuda na Elite Way School, é uma aluna brasileira, estrangeira nesse universo. Ela é muito determinada, dedicada, ela tem sonhos muito grandes e acho que ela enxerga o fato de estar no EWS como uma oportunidade única na vida dela, então ela leva muito a sério seus objetivos. Ela é muito intensa, irônica, uma personagem forte.
Nos primeiros episódios, ela soa até um pouco má…
Gosto de definir a Emília como agridoce, porque ela tem momentos muito bonitos, interessantes, mas tem alguns em que eu penso: meu deus, essa menina é uma “bitch”. (risos) E eu gosto disso. Às vezes acho que a gente esquece quando estamos falando de séries adolescentes que esses personagens são adolescentes. Eles são novinhos, fazem besteira, estão se descobrindo. E acho que é algo interessante dentro da trama da Emília é que a gente consegue ver os lados bom e ruim dela o tempo todo porque ela é intensa, ela exposta.
Como é que você foi parar no elenco da série? Você acompanhava a novela?
Acompanhei na época que passou na TV aqui, não tinha como escapar, mesmo quem não assistia à novela, que era meu caso. Minha mãe não deixava porque eu tinha seis anos e ela achava inapropriada. Então acompanhei o universo de Rebelde pelas músicas, pela moda, pela cultura pop. Surgiu um dia a oportunidade de fazer um teste. Eu sabia que era uma série no México, que tinha que cantar, mas não juntei dois mais dois. Porque na minha cabeça, quando que eu ia achar que ia ter de novo Rebelde? Fiz o teste, fui meio sem expectativa e quando vi estava aprovada para me mudar para o México em um mês. Aí me disseram: é Rebelde. E eu fiquei meio em choque. (risos).
Teme comparação com a história anterior?
É meio inevitável, as pessoas vão querer fazer, mas também acho que é impossível porque os personagens são novos. Então qualquer tipo de comparação que aconteça não vai chegar a lugar nenhum, eu sinto. Dentro da nossa história a alma, a energia desses personagens (antigos) estão por lá. Todos existem nesse universo. O que é bem legal porque de alguma forma a gente se sente mais próximo.
Qual a expectativa para a recepção do público?
Acho que vai poder se identificar com esses personagens porque eles conversam bem com a juventude atual. Me identifico com vários e quando penso neles lembro de pessoas que eu conheço. Acho legal também que a gente acaba trazendo mais representatividade em alguns assuntos porque faz sentido com o mundo, com a sociedade que a gente vive hoje. E tem muita música o tempo todo. Eu espero que as pessoas possam se conectar, curtir as músicas, se identificar com os personagens do jeito que a gente no set também sentia.
Qual a coisa mais gostosa de sua experiência?
Foram muitas partes gostosas. Acho que reconectei com uma parte da pequena Giovana, um lugar nostálgico que eu tinha perdido. Foi muito intenso, mudei de país, aprendi um idioma para estar lá. Acho que a conexão que eu fiz com as pessoas. Conheci amigos que vou levar para minha vida toda. Toda essa experiência vai ser inesquecível e muito bonita dentro do meu coração.
Como foi fazer esse movimento de morar no México?
Eu já tinha saído de casa antes, já tinha ido morar longe dos meus pais, já tinha ido trabalhar no Rio… Só que foi pegar essa experiência e multiplicar por 50, porque eu estava muito longe de casa durante muito tempo, no meio da pandemia, mais limitada socialmente. Meu círculo social era a galera que estava comigo no set, basicamente. Então foi uma experiência muito enriquecedora. Eu senti que amadureci uns cinco anos em um. Me superei em limites pessoais, sabe? Fiquei orgulhosa de mim.