Audiência Pública vai discutir o movimento sindical em Petrópolis durante o regime militar
A Comissão da Verdade de Petrópolis (CMV) realiza no próximo sábado (10) uma audiência pública, às 13h, na Casa dos Conselhos. O evento terá como tema o movimento sindical e político sob a ditadura militar em Petrópolis: repressão e resistência. A Casa dos Conselhos fica na sede da Prefeitura de Petrópolis, na Avenida Koeler, nº 260. A audiência é aberta ao público.
Além de um panorama sobre a situação em que os sindicalistas se encontravam naquela época, entre 1964 e 1985, período em que o país viveu sob o regime militar, o grupo que compõe a comissão também vai revelar dados preliminares sobre a pesquisa. A CMV foi instaurada um ano atrás, em 11 de dezembro de 2015. Desde então, já analisou mais de 20 mil documentos, como ofícios, prontuários, documentação de fluxo e de censura oficial, que estavam na 67ª Delegacia de Polícia, no Museu Imperial; no Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (APERJ) e na Biblioteca Municipal.
Nesse período, o grupo também ouviu cerca de 20 pessoas, que foram diretamente atingidas pelo regime ditatorial. Presidente da Comissão, o pesquisador Eduardo Stotz sinaliza algumas conquistas do grupo, como a identificação de provas documentais que vão permitir a reparação simbólica e judicial de parentes dos presos perseguidos pela ditadura.
A pesquisa feita pela CMV Petrópolis também conseguiu novos dados para acrescentar às pesquisas preliminares feitas pelas comissões: Nacional e Estadual da Verdade. Um deles é que encontrou provas de, pelo menos, 200 prisões de pessoas, a maioria sindicalistas que pertenciam à classe trabalhadora no período de 1964 a 1967, ou seja, durante os governos de Castelo Branco e Arthur da Costa e Silva. Também foram encontrados grande número de presos, que eram militares, bombeiros, servidores públicos e professores da Universidade Católica de Petrópolis (UCP).