Aumento da passagem intermunicipal gera insatisfação para passageiros
A partir de sábado (14) as passagens intermunicipais vão ficar mais caras e a novidade, é claro, não agradou muito aos passageiros. Quem precisa subir e descer diariamente já começou, mesmo antes da divulgação oficial dos novos custos, a fazer as contas da despesa extra no fim do mês. Para tentar economizar os gastos, alguns passageiros optam pela baldeação, ou seja, vão até Caxias e de lá embarcam em outro ônibus para chegar no Centro do Rio, por exemplo. Com o reajuste autorizado pelo Departamento de Transportes Rodoviários do Rio de Janeiro (Detro), sofrem aumento as passagens das linhas operadas pela Viação Única/Facil, Progresso e Trel.
Já para quem vem do Rio para a cidade, o valor é ainda mais alto. Isso porque a taxa de embarque da Rodoviária Novo Rio custa R$ 5,34. A passagem de volta que custava R$ 27,49 passa a R$ 29,29. No acumulado do mês, considerando que a pessoa desce e sobe todos os dias, o acréscimo é de R$ 72. No caso das viagens para o Castelo, o aumento também é significativo: a passagem passa de R$ 27,50 para R$ 29,40.
Leandra Barbosa da Silva tem 36 anos e é técnica em enfermagem. Ela mudou para Petrópolis depois que o marido foi transferido para trabalhar na cidade. Mas Leandra precisa ir ao Rio todos os dias. Para o valor da passagem ficar mais barato, ela faz a baldeação diariamente. Então embarca nos ônibus para Caxias e de lá pega outro para ir para o Centro do Rio. No fim do mês a economia é significativa. A viagem até Caxias, em um ônibus sem ar-condicionado, por exemplo, custa R$ 14,10. Com o reajuste vai passar a R$ 15,40. Uma economia de R$ 11,10.
O fiscal aposentado Antônio Barbosa, de 65 anos, mora em Petrópolis e hoje (12) estava indo ao Rio a passeio. “Com a crise que está hoje, o valor da passagem é caro, então não dá para descer com frequência”, disse.
Apesar de o preço da tarifa ser considerado alto pelos passageiros, o gerente de operações da empresa Única, Luiz Vinhaes Assumpção, explica que a maior parte desse custo corresponde a impostos, como ICMS e Cofins, e despesas com diesel. “No fim das contas, a empresa fica com apenas R$ 10,15, por tarifa”, explicou.
A portaria 1.300, de 10 de janeiro de 2017, que autoriza as novas tarifas para o sistema rodoviário intermunicipal determinou que o índice de reajuste deve corresponder à variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses, de 6,99%. A portaria exige que o valor das novas tarifas já seja informado pelas empresas, nos ônibus, guichês e pontos de vendas de passagens. Mas até hoje (12) as empresas ainda não tinham divulgado. Ainda de acordo com o DO, o reajuste foi autorizado levando em conta que houve aumento dos insumos que incidem sobre a prestação de serviços de transporte coletivo intermunicipal por ônibus, com destaque para mão de obra e combustíveis.