Aumento na passagem é a única saída para manter sistema de transporte de Petrópolis, diz CPTrans
Município prometeu “medidas duras” contra empresas de ônibus
Após o Conselho Municipal de Trânsito e Transportes (Comutran) aprovar o reajuste na tarifa dos ônibus municipais em reunião realizada nesta terça-feira (10), a CPTrans admitiu que o sistema da cidade é precário e prometeu medidas duras contra empresas, em especial a Cascatinha e a Petro Ita. O reajuste, segundo a Companhia de Trânsito, seria a forma encontrada para que o sistema de transporte de Petrópolis continue existindo. Inicialmente, o Setranspetro propôs que a passagem custasse R$ 7,58, mas o valor definido foi de R$ 4,95 no dinheiro e R$ 4,80 no cartão.
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Em nota, o município informou que, em relação à qualidade dos serviços prestados pelas empresas de ônibus, a CPTrans tomará medidas duras contra a Cascatinha, a Petro Ita e todas as empresas que apresentam deficiência na prestação do serviço. Entretanto, quais medidas serão tomadas e quando elas podem ser esperadas não foi informado.
De acordo com o diretor-presidente da CPTrans, Jamil Sabrá, “a partir de agora, a Prefeitura não vai mais aceitar que o usuário do transporte público seja prejudicado do jeito que vem sendo nesses últimos anos”, ainda que a atual administração esteja presente em pelo menos quatro governos nas últimas duas décadas.
Vale ressaltar que a Cascatinha deve ser substituída por uma nova empresa em setembro, quando termina o prazo concedido pela Justiça por uma liminar, para que a viação continue operando até lá. Mesmo com menos de quatro meses para o prazo terminar, a CPTrans ainda não anunciou datas para a licitação que definirá a empresa que vai substituir a Cascatinha. A Prefeitura disse que a comissão montada, ainda no ano passado, está se reunindo e fazendo estudos para a elaboração do edital.
Sobre o reajuste, a Companhia de Trânsito disse que o aumento de R$ 0,55 se faz necessário pois, em 30 meses, os valores do diesel e do salário dos rodoviários aumentaram, respectivamente, 80% e 9,5%. O último aumento concedido para os profissionais, inclusive, aconteceu após paralisação do serviço no último mês.
“Diante do aumento do custo da operação, principalmente impulsionado pelo aumento de 80% no preço médio de distribuição do óleo diesel em Petrópolis e da obrigatoriedade contratual de se manter o equilíbrio econômico e financeiro, se fez necessária a revisão tarifária para propiciarmos o pleno funcionamento do sistema de transporte público da nossa cidade”, disse o diretor-presidente da CPTrans, Jamil Sabrá.
Ainda segundo a CPTrans, enquanto o custo do sistema vem aumentando, a receita vem caindo: o número de passageiros pagantes vem diminuindo a cada ano, devido à migração de passageiros para outros modais de transporte (carros, motos, aplicativos de transporte etc.). Assim, com o reajuste da tarifa de ônibus, o Comutran busca garantir o equilíbrio econômico e financeiro do sistema.
Ao longo da reunião do Comutran, foi ressaltado que o transporte público coletivo vive uma crise nas cidades grandes e médias de todo o país, com tendência de queda no número de passageiros.
Com isso, há cada vez menos pessoas “dividindo a conta” do sistema de transporte público, o que encarece a tarifa (já que o sistema é custeado apenas pelos passageiros pagantes). Ou seja, o usuário do transporte deve pagar cada vez mais caro ao longo do tempo, mesmo sem garantias de um serviço melhor.