Ausência de diálogo
A falta de pragmatismo na política cobra um preço caro. De 21 pré-candidatos a prefeito para Petrópolis, número de 30 dias atrás, estamos atualmente com 13 pré candidatos. Acredito que este número fique abaixo de 10 nos próximos 60 dias.
Ainda assim, um número bastante elevado, mas compreensível, na medida em que as coligações entre partidos para a chamada “coligação proporcional” está proibida e partido sem candidato a prefeito, fica com nominata de vereadores enfraquecida.
Alguns nomes colocados na disputa, não vão se sustentar até as convenções dos partidos, que se iniciam dia 20 de julho. Notem, por oportuno, que estamos a apenas 4 meses das convenções. Muitos ainda irão compor.
Nomes novos na condição de pré-candidatos a prefeito, que nunca disputaram nenhuma eleição aqui (Gurgel, Cel. Arnaldo, Quintal, Silvério, Curvelo e Lívia) se juntam a nomes já testados nas urnas (Mustrangi, Novaes e Yuri ) para enfrentar Rossi e alijá-lo da reeleição. Sem falar nas surpresas que poderão ocorrer (Bomtempo, às vésperas da convenção e Gilda, até 3 de abril, prazo final da janela para troca de partido ou Jamil no lugar dela), ou não.
Um ponto curioso é como se dará o crescimento destes “outsiders”, nunca testados em nossas urnas, em uma sociedade conservadora como a de Petrópolis. As estratégias de abordagens até agora, se deram somente pelas redes sociais e em algumas reuniões com simpatizantes. A confiança em demasia na repetição do fenômeno “internet & eleição” poderá ser um grande erro destes novos postulantes.
Quando disse, acima, que a falta de uma postura pragmática vai cobrar seu preço, me referia ao descrédito que os candidatos novos, dão as formas de se fazer campanha, das eleições anteriores. Acreditam, de forma arrogante, que o passado nada tem a ensinar e que a internet é o futuro das campanhas. E já são hoje bastante agressivos nas redes sociais, com intenção de se impor aos adversários, por postagens. Um equívoco, porque isto gera mais antipatias do que simpatias.
Alguns destes novos, lançaram suas pré- candidaturas há uns 6 meses, outros há 60 dias, mas no discurso, não discutem, nem apresentam idéias, planos, projetos, metas: tudo é bastante vago. Talvez estejam esperando a oportunidade de apresentar seu plano de governo, conforme determina a lei, quando já forem efetivamente candidatos.
Com relação aos nomes já testados, hoje mais amadurecidos, nota-se uma preocupação com a inclusão social em suas manifestações. De suma importância, se, efetivamente, vier a acontecer.
Como cidadão, gostaria de saber o que pensa cada candidato, sejam os novos ou os já testados, sobre como enfrentar um endividamento em torno de 1 bilhão ano que vem e como gerir a educação com o já previsto corte de verbas federais e também , com toda a importância que tem, como melhorar a saúde.
Só o que vi pelas redes, até aqui, são postagens com extrema agressividade, criando um ambiente que obscurece a tentativa de todos, de ter um maior conhecimento dos pré-candidatos a prefeito. Mas, como dizem, que a internet é a terra do “não”, vou ficar de forma otimista aguardando o “sim”, de cada um dos pré-candidatos.
Se levarmos em consideração, que uma parcela significativa da população ainda não sabe que teremos eleições em 6 meses, outra parcela que desconhece por completo os nomes dos possíveis candidatos, uma outra parcela que realmente não se interessa sobre se haverá eleição ou não, uma derradeira parcela que se decidirá nos dias finais, muito pouco importa, lamentavelmente, e talvez seja pedir muito neste momento, sobre sabermos mais, dos pré-candidatos.