Bairro Araras sofre com o abandono do poder público há anos; moradores pedem atenção
Moradores de Araras vêm sofrendo com diversos problemas, como buracos, falta de poda nas ruas, ausência de drenagem das valas, entulhos jogados em diversos cantos e, em alguns lugares, nenhuma iluminação pública.
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Na região do Malta, os problemas são ainda mais perceptíveis. Na Rua Martins Freire, por exemplo, o ônibus da comunidade Vista Alegre que precisa passar pelo local diariamente enfrenta diversos buracos durante o trajeto. Segundo Ivana Leite, Conselheira da Associação de Moradores, a rua é a menos pior da região, porque é a que faz parte do trajeto do coletivo diariamente.
Já a Rua João Martins Freire, segundo a moradora, é a rua modelo do bairro. De acordo com a promessa do governo municipal, em setembro de 2021, chegariam dez caminhões de concreto usinado do Governo Federal para a rua. No entanto, mais de um ano depois, o local está em completo abandono.
Na Rua Hellen Harboe, o pior já aconteceu; a rua caiu em janeiro de 2022 e mesmo após um ano, nada foi feito pelo local.
Em consequência à falta de canalização da água pluvial da comunidade, um deslizamento ocorreu na casa de um morador na Rua Geraldo Milliet, no final de fevereiro de 2022. Na ocasião, o próprio morador realizou os reparos.
Algumas partes da Rua Alameda Joaquim Crespo de Pinho estão um pouco melhores, graças aos moradores que fizeram o calçamento do local. No entanto, o problema da rua é que, com as chuvas incessantes e com a falta de intervenções, a via está cedendo em cima de uma pousada. Caso venha a cair, deixará muitas famílias sem passagem e destruirá a hospedagem.
Como se não bastasse a insegurança que os moradores vivem, com a rua cedendo, quem passa pelo local precisa conviver com o lamaçal que se forma todas as vezes em que chove no bairro. Além disso, a rua é estreita, possui matos por todos os lados e não tem calçada. Os pedestres precisam disputar espaço com os veículos e ainda passar pela lama da rua.
Ainda segundo Ivana, solicitações já foram feitas à Prefeitura, mas nenhuma atitude é, de fato, tomada pela região. “Aqui a gente está com problema em todas as áreas. Problema estrutural das ruas, que não tem canalização para a água pluvial, o que faz com que elas caiam; capina nas ruas… o poder público não vem em Araras, Comdep que não aparece. Então, precisamos de tudo.”, relata.
De acordo com a moradora e conselheira, a responsável por fornecer água, desde 1964, para os comércios e casas do Malta, é a Associação de Moradores. “Já solicitamos a presença da Águas do Imperador, que se recusa a fornecer água, principalmente para o comércio.”, conta.
Para Ivana, Petrópolis está abandonada há anos e esse não é um problema de agora. No entanto, ela pede que o poder público dê a devida atenção à região do Malta, em Araras.
Lixo e entulho
Segundo um morador, que preferiu não se identificar, há cinco meses ele pede que a Comdep retire o lixo e entulho da Rua Alameda Joaquim Crespo de Pinho e nada é feito. Além disso, ele relata que existem árvores prestes a cair sobre a fiação e que já fez o pedido de retirada para a Enel, mas também não houve sucesso.
Ainda na mesma rua, há a ausência das canaletas para as águas pluviais. O problema causa as erosões da via por onde passam veículos e pedestres. “A falta de manutenção preventiva e até de urgência causa a destruição das vias. Solicitamos essa manutenção preventiva que, no momento, é de urgência.”, finaliza o morador.
Questionada, a Enel Distribuição Rio informou em nota que uma equipe de recolha da distribuidora fará a coleta dos galhos na Rua Alameda Joaquim Crespo de Pinho até esta sexta-feira (20). A distribuidora ressaltou que os serviços de manutenção da arborização no espaço público são de responsabilidade das prefeituras, que devem executar podas preventivas e periódicas para evitar quedas de galhos em área de circulação de pedestres ou contato com a rede elétrica. Além disso, informou que possui uma rotina de verificação dos galhos em contato com a rede que possam trazer risco à população e ao sistema elétrico. A concessionária mantém um cronograma de inspeção na rede para identificar estes casos e executa os serviços de acordo com o planejamento.
Questionamos a Prefeitura de Petrópolis e Águas do Imperador sobre a situação, mas até o fechamento da matéria não tivemos retorno.