Balanço do primeiro turno

08/10/2016 11:50

Terminado o primeiro turno, votos apurados e a primeira grande constatação que salta aos olhos e impressiona de sobremaneira foi a quantidade, nunca antes elevada a este patamar, de votos brancos, nulos e das abstenções. Para prefeito, em um colégio eleitoral de 244.648 pessoas, 43,30% dos eleitores simplesmente não optaram por nenhum dos candidatos (abstenção 23,74% – brancos e 5,68% – nulos 13,88%) um número muito acima do esperado e se compararmos com a última eleição (2012) quando este percentual ficou em 39,23%, tivemos um acréscimo de 4,07% . Em número de eleitores este percentual choca por representar mais de 105 mil pessoas. Como lição para reflexão, o eleitor está emitindo um recado, uma opinião.

As explicações para este fato são inúmeras: o eleitorado não gostou dos nomes apresentados, o eleitorado não se sente representado por estes nomes, pessoas se afastando cada vez mais da política e dos políticos, por conta do descrédito da classe, muitos insatisfeitos com a falta de trabalho e gestão da coisa e do dinheiro público, jovens tentando forçar a porta, espertalhões, políticos profissionais que nada fazem e se perpetuam, sem falar na Lava Jato, na corrupção, nas roubalheiras, no desemprego dentre outras.

Por outro lado, um fato dos mais louváveis foi que neste pleito se acabou com a chamada forração, aquela quantidade absurda de santinhos jogados no chão em frente aos locais de votação. Apenas um ou outro local com uma pequena quantidade, prontamente retirada pela Comdep. Notou-se ainda que a "boca de urna" este ano não funcionou e que também foi coibida a contento pela Justiça Eleitoral e pelos órgãos policiais, inclusive com um carro de som circulando dando conta de que "boca de urna" é crime.

Foi, como já tivemos oportunidade de aqui falar, uma campanha pobre em termos de recursos financeiros. Pouco material de campanha na mão dos candidatos e parcos recursos para pagar a campanha.

Agora teremos um segundo turno, no qual já ficou patenteado no passado, o peso da máquina, uma vantagem imensa da situação que pleiteia a reeleição, contra um outro candidato que agora perde um grande número de cabos eleitorais que não se elegeram para vereador e estão desinteressados no resultado do segundo turno; um candidato que agora tem como missão desmontar uma máquina de 12 anos, com um nome consolidado e aceito passivamente. Não me atreveria a fazer um exercício de futurologia, ambos terão um árduo trabalho até o final do mês, ou seja, arregimentar para suas hostes aquelas pessoas que passaram seu recado de descontentamento e indiferença.

Quanto ao processo de escolha de vereança, 8 vereadores se reelegeram (contra 5 no último pleito), 7 novos, sendo que destes, 3 já foram vereadores no passado; pode-se dizer aqui, que a mudança e a expectativa de renovação, sucumbiram, ficando patenteada a posição conservadora dos eleitores petropolitanos. Os quatro que ingressam pela primeira vez não representaram uma grande surpresa: apesar de dois deles serem pouco conhecidos no meio político, fizeram um excelente trabalho de convencimento dos eleitores.

Apenas para finalizar, a expectativa que existia e que era um grande fantasma a assustar os dois principais candidatos, de que o pleito fosse totalmente concluído no primeiro turno, como sabemos não aconteceu e o que nos resta agora é aguardar a decisão final no epílogo deste mês. 

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