Bancários aprovam greve por tempo indeterminado a partir de terça-feira

02/09/2016 09:35

Na próxima terça-feira(6), os bancos de Petrópolis e São José do Rio Preto entrarão em estado de greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada ontem em uma assembleia na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, após votação. O motivo do protesto é a não aceitação da proposta de reajuste de 6,5% nos salários e o abono de R$ 3 mil, feitos pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), na última segunda-feira (29). 

Os clientes e usuários das agências bancárias devem ficar atentos em relação a uma possível dinâmica da greve. “Ainda não sabemos se haverá o rodízio nos bancos. Isso vai depender da mobilização e participação dos bancários em construir a greve no dia a dia. O fato de um banco estar aberto ou fechado num determinado dia é uma questão estratégica do sindicato. No mais, independente da forma, a compensação bancária, depósitos, saques, compensação de cheques e pagamentos funcionarão normalmente”, declarou o presidente do Sindicato dos Bancários de Petrópolis (SindBancários), Marcos Alvarenga.

A greve começa um dia antes do feriado da Independência (7 de Setembro), apesar disso, para Alvarenga, não há necessidade de precipitação. “Nos últimos anos conseguimos negociação com os bancos e eles sempre disponibilizam um funcionário para ajudar no caso de dúvidas durante o autoatendimento. Não precisa de desespero”, aponta. 

Alvarenga ainda comentou sobre a contraproposta que futuramente será apresentada à Fenaban. “Espero que seja uma greve curta. Nossas reivindicações abrangem um aumento de 14,7%, mais contratações para diminuir a carga de trabalho e adoecimento da classe e ainda questões de segurança”, declara. 


Demissões 

Os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander) arrecadaram 29,7 bilhões de reais no ano de 2015. Apesar disso, mais de 7 mil postos de trabalho foram fechados somente este ano. Em Petrópolis, de janeiro a agosto 18 demissões foram feitas. Desse número, 10 correspondem ao Itaú, cinco ao Bradesco e três ao Santander. Em 2014 foram 15 demissões e no ano passado 31. Na cidade nenhuma agência foi fechada este ano. 

A partir desses dados, o sindicato se posiciona contra a proposta. “Ainda com este lucro, os banqueiros ofereceram para seus funcionários um índice de 3,2% abaixo da inflação e o abono não compensa a perda, além de aumentarem a taxa de juros dos clientes, que hoje é de 7,15% ao mês e chega a 318% ao ano”, esclareceu Alvarenga. 


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