Barreira feita com pneus ameaça desabar em Corrêas

Uma barreira de pneus, improvisada como mecanismo de contenção de encosta, na Rua Walter Bichtluf, no bairro Castelo São Manoel, em Corrêas, tem tirado o sono dos moradores da localidade. Por causa dos riscos, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro entrou com uma ação civil pública contra a responsável pelos pneus e também contra o município em novembro do ano passado. Na última semana, devido às chuvas, parte da barreira desmoronou e os pneus invadiram o terreno vizinho. Os moradores cobram agora que alguma providência seja tomada.

“O que nós temíamos ano passado acabou agora de fato acontecendo”, contou uma das vizinhas, Maria de Fátima Monteiro, de 50 anos, assistente de bufê. Na noite do dia 23 para o dia 24, parte dos pneus empilhados desabou no terreno de dona Maria, no portão dela. Ela conta que ano passado eles já haviam tomado todas as medidas legais para solucionar o problema, mas nada foi feito. “Agora eu estou procurando todos os órgãos, a Defesa Civil, o Ministério Público e o Fórum, mas ninguém resolve o nosso problema. Eles vão esperar o pior acontecer para fazer alguma coisa?”, questionou Maria de Fátima.

Em abril de 2015, os vizinhos notificaram a Secretaria de Obras e a Defesa Civil, que na ocasião esteve no local e classificou a construção como “irregular”; a contenção como “deficiente” e com “ausência de proteção”; e ainda que o terreno tinha drenagem também “deficiente” e que a ocupação no local era “desordenada”. Como a responsável pela obra, Neide de Fátima da Silva, não cessou as atividades e nada foi efetivamente feito, os moradores levaram o caso ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que entrou com a ação civil pública. Atualmente, o processo tramita na 4ª Vara Civil.

Neide de Fátima da Silva, de 56 anos, construiu uma barreira de pneus e terra na extremidade do seu terreno e faz um pequeno jardim em cima. Ela afirma que fez o muro a fim de criar uma contenção e segurar a terra, que caía constantemente. “Eu estou cuidando desse espaço aqui. As pessoas só reclamam e não fazem nada”, argumentou Neide, referindo-se às reclamações dos vizinhos. “Se a prefeitura quiser tirar os pneus tudo bem, mas vai ter que construir um muro de contenção então, pois eu não tenho condições, mas sei que não vai fazer isso”, disse.

A Tribuna de Petrópolis tentou entrar em contato com a Defesa Civil e a Prefeitura de Petrópolis, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta.