BC: Para próxima reunião, Copom antevê outro ajuste de mesma magnitude
Após cumprir a promessa de reduzir o ritmo de aumento da Selic (a taxa básica de juros) para 1,00 ponto porcentual – de 10,75% para 11,75% ao ano o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sinalizou um novo aumento para 12,75% em maio e deixou claro que poderá estender o ciclo de aperto monetário o quanto for necessário para trazer as expectativas de inflação para perto da meta. O horizonte relevante do colegiado já tem mais peso para 2023 que para este ano, que deverá registrar um novo estouro da meta.
“O Copom considera que, diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista”, enfatizou o comunicado divulgado há pouco pelo BC.
Ao mesmo tempo, para justificar a redução no ritmo de alta da Selic, o Copom pregou cautela para avaliar os efeitos do atual ciclo de alta sobre os impactos secundários do choque de oferta em diversas commodities que o colegiado lembrou que se manifestam de maneira defasada sobre a inflação. Além disso, o BC argumentou que as atuais projeções indicam que o ciclo de juros nos cenários avaliados é suficiente para a convergência da inflação para patamar em torno da meta ao longo do horizonte relevante.
“O Copom avalia que o momento exige serenidade para avaliação da extensão e duração dos atuais choques. Caso esses se provem mais persistentes ou maiores que o antecipado, o Comitê estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário. O Comitê enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, garantiu o comunicado.
Para o encontro dos dias 3 e 4 de maio, o BC sinalizou um novo aumento de 1,00 p.p. na Selic, para 12,75%. “O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas, e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, repetiu a instituição.